Este ano é sem o Burro, a Vaca e o Gaspar – Maria João Costa

O calendário ainda marca o mês de Novembro, mas já cheira a Natal em toda a parte. A Popota já apareceu, e as manhãs televisivas já são bombardeadas com brinquedos, e eu já percebi que é oficial, já se podem mandar postais de Natal.

Quem já recebeu postais este ano, e não pelos melhores motivos, foram o burro, a vaca e o Gaspar. Não foi fácil, mas tivemos medo que eles aparecessem antes da hora e depois tínhamos que ser arrogantes, ao ponto de os expulsar do presépio.

O Bento XVI não quer burros nem vacas ao pé do Menino; diz que nunca houve animais, mas todos concordamos que são elementos decorativos e enquanto nenhuma criança os partir numa noite de 24 de Dezembro, não os vamos deixar ao relento. Já o Gaspar, esse já não tem nada a ver com o Papa, e não estamos à espera que nenhuma criança faça aquilo que nós já estamos desesperados por fazer. Desculpa Gaspar, mas este ano ficas na rua.


Não é pelo facto de este ano ele não ter o que colocar no baú, porque ouro, incenso e mirra, não vai ser de certeza; nem é por ele deixar qualquer um com vontade de se deitar nas “palhinhas” sempre que começa a falar; é só porque é Natal, e no Natal as pessoas querem serem felizes.

Se tudo correr como tens planeado, Gaspar, pode ser que para o ano, mesmo de baú vazio, já possas entrar e com sorte, se sobrar para ti, ainda comes umas batatas cozidas (bacalhau já não deve de haver, e tu sabes de quem é a culpa!).

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!