Este Governo quer é (pôr-nos todos) abolir!

Ora viva! Hoje iremos falar sobre “abolição”. E não me refiro à abolição da escravatura, ou a abolição de algumas palavras do léxico português, nem mesmo sobre a abolição de certos e determinados programas da nossa televisão (embora esse assunto também mereça ser aqui abordado um dia destes… Ouviste Teresa Guilherme?). Iremos falar sim, sobre a triste ideia de se abolir alguns feriados nacionais.

Alguém me sabe dizer porque raio é que aboliram os feriados? Tanta coisa que podiam abolir e decidem logo abolir uma coisa que eu tanto gostava?! Que abolissem as segundas-feiras, ou as horas extra, quiçá até o trabalho aos fins-de-semana. Por mim até podiam abolir as quartas-feiras, que eu não me importava. Agora os feriados?! Não se compreende. Quem é que não gosta de um bom feriado? Então, se for colado ao fim-de-semana, uiii! É uma alegria!

Ora por exemplo, ontem, dia 1 de Dezembro: dia em que se celebra a Restauração da Independência de Portugal sobre o domínio espanhol. Se há feriado que nunca, jamais, em tempo algum, deveria deixar de ser celebrado era este! Muito pelo contrário… Na minha, humilde, opinião devíamos era ir todos para Elvas, Barrancos, ou outra qualquer terra fronteiriça, fazer enormes festanças. Convidávamos o Tony Carreira, o Toy, o Quim Barreiros e o Emanuel, matávamos um porco, assávamos umas chouriças e bailávamos a tarde inteira. Isto claro, enquanto um grupo de velhas fazia tapetes de Arraiolos e outras tantas renda de bilros. Esta sim, devia ser uma medida tomada por parte do Governo, não o contrário. É porque se a ideia é abolirmos este feriado, para sempre, mais vale dizermos logo aos Nuestros Hermanos para ficarem com Portugal, antes que os Chineses o façam…

E quem diz este feriado, diz os outros…

– Corpo de Deus (celebrado entre 21 de Maio e 24 Junho): um feriado que, apesar de quase nunca ninguém saber o que é, quando é, ou o que se celebra, faz imensa falta ao povo. Tantas e tantas vezes que eu acordei, aos pulos de alegria, e pensei: «Epá já passaram 10 dias depois do Pentecostes, parece que foi ontem!»… (E se não sabe o que é o Pentecostes, o problema é seu! Assim como assim, já não celebramos este feriado. Eu não vou perder o meu tempo a falar-lhe sobre o dia em que o Espírito Santo decidiu vir “cá a baixo”, para falar com os apóstolos de Jesus Cristo.)

– Dia de todos os Santos (celebrado a 1 de Novembro): Para mim este é o feriado que mais falta nos faz. O leitor nem imagina a quantidade de defuntos que ficaram sem receber a sua visita anual, só porque o Governo decidiu abolir este feriado. Uma pouca vergonha, é o que é! Então um tipo agora é suposto ir visitar os defuntos num dia qualquer, não?! Assim, sem avisar? Sem ele estar à espera? Então e, se por ventura, a alma dele não estiver por lá nesse dia? Ou se a campa não estiver decente? Estas coisas não podem ser assim…

E os putos que querem brincar ao Halloween? Antigamente, quando dia 1 era feriado, as pessoas ainda abriam as portas aos miúdos e davam-lhes uma ou outra barra energética, um chocolate de culinária, ou até um quilito de açúcar. Agora, na véspera de um dia de trabalho, quem é que gosta de ser incomodado por um grupo de mini-bandalhos, vestidos de múmia, morte, ou vampiro? Ninguém!

O único que eu ainda consigo perceber que tenham abolido é o 5 de Outubro (Dia da Implantação da República). Assim como assim isto já nem um república é (ou, quanto muito, é uma república das bananas). Por isso não faz sentido, absolutamente nenhum, que se continue a comemorar este dia. Quanto muito criava-se um novo feriado, a 29 de Fevereiro (para não se comemorar muitas vezes) chamado:   O Dia da Implantação (à bruta) do (des)Governo em Portugal. Neste dia íamos todos trabalhar, durante 14 ou 15h enquanto víamos os políticos a rirem-se de nós! Isto sim, parece-me ser um feriado divertido…

Olhem, sabem o que vos digo?! «Abulam-se mas é, vocês, daí para fora, seus… seus… seus cocós!»