O terror voltou. Aos nossos computadores pelo menos o terror voltou. Quem conhece o pequeno jogo desenvolvido por Mark J. Hadley no motor de jogo Unity 3D? Aquele que é capaz de nos causar mais impacto do que muitos dos títulos AAA lançados pelas grandes editoras? Para quem não o conhece, eis Slender.
Aliás, o título do jogo é autoexplicativo – esta é uma experiência sobre Slender. Um mito criado na Internet e alimentado por fóruns dedicados a construir o mistério de uma criatura alta e magra, de fato preto e rosto sem expressão, que causaria perdas de memória, paranóia e tonturas (entre outros sintomas) àquele que a fitasse tempo demais. Nesse sentido, a abordagem do programador é inteligente: não há estrutura narrativa. Os curtos créditos iniciais – que cedo nos introduzem à sensação de estarmos à mercê das circunstâncias – acompanhados pelo som ambiente do cenário que se vai desvendar em fade in são um óptimo tónico para o que se irá seguir. Em nosso redor a penumbra da noite, os contornos das árvores de uma floresta, caminhos de terra, e uma rede que delimita o complexo onde a nossa personagem está colocada. Ao centro do ecrã, em letras brancas, o nosso objectivo enquanto resistirmos à tentação de carregar ESC.
A partir daí a experiência é única e intransmissível. Não será sacanear aconselhar-se a que se jogue Slender como o jogo pede – às escuras, à noite, e de fones. Obviamente, poucos serão os insolentes a fazerem uma primeira playthrough nestas condições. No entanto, serão certamente recompensados por uma experiência ainda mais perturbadora. Devido ao carácter indie da produção não será justo julgá-la pelos seus atributos técnicos. Ainda assim, numa breve nota, é razoável afirmar-se que o grafismo não desilude, o som está muito bem conseguido, e a jogabilidade é satisfatória e eficiente.
Não é um jogo que nos prenda a atenção mais que uma semana. De facto, a intenção é que a experiência seja curta mas intensa – uma experiência de terror eficaz. E para o comum dos mortais essa experiência será entregue. Por fim, de referir que esta pequena pérola encontra-se disponível no site oficial da Parsec Productions através de um download gratuito que soltará o Slender no teu computador.
p.s – Olá comunidade do +opinião! Este será um cantinho dedicado a ideias céleres sobre tudo um pouco do que está relacionado com os videojogos. Jogos velhos, novos, grandes, pequenos, consolas verdes, amarelas, lilases, E3, PAX, TGS, ou até mesmo um devaneio filosófico acerca da mais icónica careca da indústria – ai refiro-me ao senhor Peter Molyneux sim. É isso. L2R2 X-Δ aqui para vocês!
Olá Pedro!
Parabéns pela sua crónica de estreia no +Opinião!
Slender é uma experiência extraordinária. A simplicidade narrativística e o facto de in-game não saberes nada sobre o Slenderman apenas aumenta o stress. Um monstro do qual não sabes nada, que é absolutamente desconhecido e alienígena é algo que cria reações muito mais intensas. Isto faz-me pensar na extraordinária pérola que é o Amnesia.
E seja bem vindo a este espaço.
Boas malta! Obrigado pelas boas vindas !
Sim, Amnesia é também um daqueles tesouros que pouca gente conhece e que demora pouco tempo a surtir o seu efeito. Sugar-nos para dentro daquele universo – no caso bem mais claustrofóbico. Quem sabe talvez venha a ser tema de uma futura crónica 🙂