Desde o tão aguardado discurso do Presidente da República do dia 25 de Abril, que as hostes para os lados do Rato começaram a exaltar-se.
Custa-me a compreender por que razão os partidos da oposição, nomeadamente o PS “meteu na cabeça” que Cavaco Silva viesse a tomar decisão semelhante à tomada pelo seu antecessor Jorge Sampaio que, historicamente e sem razões devidamente fundamentadas, resolveu dissolver a Assembleia da República onde existia uma maioria parlamentar que sustentava o então Governo. Insólita e possivelmente irrepetível decisão! Sabendo quanto o atual Presidente prevalece a estabilidade política em detrimento de alterações do calendário eleitoral, o PS tentou alterar as ordem das coisas, ao querer derrubar o atual Governo que, apesar de toda a austeridade, agravamento fiscal e sacrifícios que tem imposto aos cidadão portugueses contribuintes, com certeza que estará a tentar recuperar o país do estado em que anteriores governos o deixou. De lembrar também que a tal insólita decisão do anterior Presidente, abriu caminho a uma governação PS que nos conduziu até aqui.
Esperei pelo final do congresso do PS e auscultar as opiniões dos habituais comentadores, para formular a minha própria opinião de que as ideias deste principal partido da oposição quase nada mudaram em relação à actuação do seu último Governo que nos desgovernou. Promessas vãs e assentes em premissas que não dependem de decisões nacionais, mas de terceiros, nomeadamente dos nossos parceiros europeus e credores internacionais.
Se existem algumas ideias positivas – e que não agravem a despesa que o Estado precisa de reduzir – então que as discutam com quem tem interesse em fazê-lo, ou seja, com os partidos do Governo.
Esta não é altura de desunião nem de tricas, nem de taticismo político, nem de demagogia. É altura de os nossos políticos deixarem de pensar apenas nos seus próprios interesses, de olharem apenas para o seu próprio umbigo e de pensarem no sofrimento deste povo secular que sofre as agruras de um desemprego ostracizante e de uma economia em colapso.
Deixem de gritar e comecem a falar. Não é com gritos de congressos que conseguimos fazer-nos ouvir da melhor forma, mas sim na mesa das negociações. As eleições ainda vão longe e, na minha opinião, será mais difícil este secretário geral do PS chegar como tal às próximas legislativas, do que este Governo cair antes disso. Apesar de ingrata, a missão deste Governo é histórica e o povo tem esperança em que o país dê a volta por cima e entre nos eixos. Mais pobres, ficaremos de certeza, mas por vezes é necessário dar um passo atrás para para que a seguir demos dois à frente.
Não é gritando que existimos, mas agindo e consensualizando.
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