Isto é Portugal.
Porto, Lisboa e pouco mais de paisagem inócua e esparsa.
Temos poucos nóbeis, mas temos imensos políticos; para quem é… bacalhau basta, parecem pensar as nossas elites bem pensantes.
Não temos fábricas de monta; em vez disso montamos anzóis em canas de pesca rudimentares, atadas com mil nagalhos e swanzins leprosos a uma qualquer tainha d´oiro ou de prata, para estrangeiro ver ao fim de semana, numa praia à escolha do freguês.
Enfim, este é o país do mais ao menos.
Temos nuvens e por vezes chove.
Há sol? – Há, mais ao menos.
Temos dinheiro para mandar cantar o ceguinho? Não?! E para o café, temos..?
– Há, Mais ao menos.
Convenhamos: a única invenção do século XX português foi o bigode.
Curto ou frondoso, sedoso ou denso, grisalho ou ainda miúdo, no bigode damos um bigode ao mundo.
Rima (pois é a mesma palavra repetida) e é verdade.
Nem precisamos já da saudade p´ra nada; o bigode é a nossa verdadeira enxada.
O intelecto é pouco e está já bastante louco? – Dá-lhe com esse bigode.
Não podes ter férias? – Deixa-te de lérias; ainda tens o teu bigode.
Qual armadura do moderno homem das cavernas alheias (que de bigodes estão cheias); – Alisa-mo!; – Estende-mo!; – Entende-mo!; – Traduz-mo!; “- O quê?!” – É o amor ao bigode em todo o seu esplendor, qual sardinha sem lata, qual palavra sem acordo, qual país sem futuro, qual criança sem amuo.
Bigode, és o orgulho do país normal.
Bigode… “- ÉS PORTUGAL !”
Crónica de Francisco Capelo
O Suspeito do Costume
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