Mais uma história do fim do mundo – Teresa Isabel Silva

Tudo bem que o ser humano tem uma estranha tendência de culpar sempre alguma coisa, mas minha gente vamos lá ter calma.

A crise é culpa do Passos Coelho, o estado da Europa é culpa da Merkl, a culpa do pai Natal existir é da coca-cola e por aí a fora. Agora a culpa do mau tempo é do fim do mundo.

Pode ser só impressão minha, aliás 23 Invernos de existência pouco me ensinaram, mas ao que me parece este tempo não está em nada relacionado com o fim do mundo.

As pessoas até podem achar que a chuva e o vento está relacionada com o alinhamento dos planetas, mas cá para mim, e só para mim, que só sei que nada sei, isto tudo é apenas o Inverno.

Em anos anteriores (como o ano passado), quando não chove, todos se queixam que o tempo está mau, porque não chove e fazem mil e um choradinhos e danças da chuva para depois culparem o aquecimento global. Agora que chove, culpam o fim do mundo.

O único apocalipse que está iminente é a confusão nas cabecinhas que todos os anos procuram incriminar algo superior para estado do tempo que se faz sentir.

De qualquer maneira, de uma coisa eu tenho a certeza, se o fim do mundo existir, para a semana não vão ter o privilégio de ler as minhas palavras. Mas se não existir preparem-se que para a semana eu vou utilizar aquela frase que toda a gente detesta. “Eu bem disse!”

Entretanto se o fim do mundo realmente acontecer eu vou ficar sinceramente chateada, aliás até mesmo aborrecida, até porque já tenho uma série de coisas para fazer em 2013 e claro tal como a maioria dos portugueses já gastei os meus tostões em prendas de Natal.

Seja como for, mais vale fazermos o nosso testamento. Não é que exista muito para deixar, mas sempre podemos deixar algumas palavras de conforto.

O lado positivo do fim do mundo, é que, segundo a lenda vamos todos desta para melhor. Pelo menos na morte estamos em pé de igualdade com os soberanos e ditadores.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas