O mundo vai melhorar… caso não se destrua antes

A seca, a fome, as catástrofes naturais, as desigualdades, os fluxos migratórios, o excesso populacional , a crise energética e mais outras crises levarão o mundo para o caos. Isso parece já hoje, e não amanhã, uma evidência clara. O que podemos fazer hoje? Ser racionais. Mas nenhum aglomerado de pessoas prima por essa qualidade, por isso, como em tudo, o mundo vai piorar muito antes de melhorar.

A boa notícia é que o nosso espírito de sobrevivência excede, não por muito, a nossa irracionalidade colectiva. Claro que não vamos obrigar a humanidade a medidas pouco humanas no momento, como limitar o número de nascimentos, acabar com o excessivo consumo de recursos naturais no mundo civilizado para o mundo menos civilizado crescer de forma sustentável, acabando assim com as desigualdades. Isto significa perder direitos dos dois lados, moldar a ética ao momento em que vivemos, um momento fulcral no desenvolvimento da humanidade.

Mas não, isso não irá acontecer, ninguém vai aplicar medidas obrigatórias de controlo da natalidade nos Países sub-desenvolvidos, ninguém vai limitar o consumo de recursos nos países desenvolvidos, e alegremente a assobiar para o ar vamos afundando-nos cada vez mais numa crise sem paralelo na nossa história por motivos éticos que escondem um enorme egoísmo geracional.

Não há nada a fazer, somos assim, os interesses do curto prazo vencerão sempre.

Mas ao contrário do que muitos profetizam, este que vos escreve, não acredita no no final dos tempos. Pela mesma razão que somos impulsionados pelo espírito de sobrevivência hoje, seja do nosso estilo de vida, dos nossos direitos éticos, e mais outros tantos, um dia esse mesmo espírito irá levar-nos a bom porto.

O que nos faz pensar, como será o mundo após a crise?

E aqui vão algumas ideias de como o mundo vai melhorar.

Primeiro que tudo, acabarão as fronteiras entre Países, irá haver um reconhecimento de todos, que o bem de uns é o bem dos outros, os problemas de uns serão os problemas dos outros. Seremos então um grande, e talvez feliz, País. Onde todos nós teremos os mesmos direitos de cidadania independentemente do local onde nascemos, onde todos nós teremos os mesmos deveres e obrigações. E assim, conceitos que hoje só fazem sentido numa mera utopia, serão uma realidade. Sem fronteiras conceitos como o limiar mínimo de sobrevivência mundial, salário mínimo mundial, desenvolvimento sustentável, e mais outros que não me recordo agora serão uma realidade.

Segundo, como em qualquer País, as zonas menos afortunadas economicamente receberão transferências líquidas, e não empréstimos, para conseguirem desenvolver-se económica e socialmente. Isso traduzir-se-á numa diminuição da ignorância, dum aumento per capita do conhecimento, e assim, as amarras religiosas, principalmente nos países subdesenvolvidos, serão cortadas com maior facilidade. Isto levará a uma quebra da influência política e social por parte das diferentes religiões. Assim, medidas que hoje são impensáveis, como o controlo de natalidade obrigatório, juntamente com a crise que viveremos, serão uma realidade. E esse controlo terá expressão em autorizações para procriação, autorizações essas que obedecerão ao mais puro racionalismo natural.

Terceiro, as empresas que se concentram em desenvolver soluções para os problemas globais como a poluição, a regeneração do ar, as novas tecnologias, não terão limites para o seu orçamento, porque só haverá um, que é de todos, e assim, o engenho, a argúcia, a capacidade do ser-humano para se auto-regenerar não terá qualquer barreira.

E assim, serão resolvidos problemas como a deslocalização dos meios de produção, a alimentação, as desigualdades, a poluição, e a humanidade, sem a mais pequena dúvida, tornará este, num mundo novo, feito de igualdade e esperança. Mas até lá, vamos passar mal. É o ser-humano…