No teu poema

Não imponhas qualquer tipo de silêncio. Permite-te ao consentimento. Há tanta brandura na verdade. Há tanto deleite por compreender.

Deixa-me perder a sensibilidade do passado. Deixa-me caminhar o amanhã. E sempre. Esquecer é a prioridade máxima. A transformação faz parte da vida. Da nossa vida. Apenas o amor faz esquecer o que já partiu. Apenas o amor faz considerar o futuro.

Existe sempre em ti um novo género literário. Uma nova paisagem. Uma viagem algures. Até onde quero ir. Contigo. E contigo sou feliz. Na cessação de um abraço. No calor de um beijo. Na cumplicidade de um sorriso.

Amo-te de modos vários. Amo-te com a firmeza dos sentidos. Amo-te como quem ama a água cristalina; amor virginal. Amor que dilacera os dias. Amor que declina as noites. Um fervor que aumenta a cada segundo. Só pode ser este por ti; um amor que no escuro é maior que todas as claridades do universo.

A minha alma sonha-te em grande. Perde-te em mim, torna-te extenso, crescido, forte, intenso. Imputa a razão de viver. O teu viver, que aos poucos exerce a partilha do mesmo ar. Autoriza-te a respirar comigo.

O mundo passa.  Enigmático, frágil. O mundo folheia o livro da nossa história. Faço questão de acompanhar as frases mais emblemáticas. As palavras que nos acompanham. Como um rio que transborda. Como um rio que afoga a tormenta. Como um rio que carrega na superfície a leveza da corrente afetiva.

A ousadia de amar vem do coração. Sou a ponte que atravessa o teu ser. Que parte de mim para ti.