Novo Banco: velhos problemas…

O Novo Banco não foi vendido, afinal. Mais um falhanço por parte de Passos Coelho, primeiro-ministro e candidato do PSD/CDS a renovar mandato, e de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal.

Na semana que passou, a venda do Novo Banco foi suspensa. Os compradores chineses foram “apanhados” numa “tempestade perfeita” dos mercados de capitais de Pequim, que tem semana após semana feito os valores de acções descerem e, consequentemente, milhares de investidores perderem dinheiro. Apesar da insistência do governo chinês em que as notícias sobre economia saídas a público sejam dadas de forma “positiva”, o momento é mesmo mau para investimentos, e com isso Pequim perdeu até a liderança no comércio exterior com Angola, para Portugal – demérito chinês, portanto. Dessa forma, o capital chinês ficou retido em Pequim, e não veio para Portugal.

À falta de quem possa dar a ganhar 2,5 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução, a suspensão da venda do Novo Banco acaba por ser a única solução. “É dinheiro que está a render”, diz Passos Coelho, mas a verdade é que é défice que está a aumentar, e a níveis de 2011. Afinal, tanta austeridade para quê? Os bancos não fizeram austeridade, pois não? E quem é que vai pagar este “adiamento” da venda do Novo Banco? Todos nós, pois claro.

Assim sendo, assistimos ao episódio-mor da campanha eleitoral para as eleições legislativas do próximo dia 4 de Outubro. E digo, está a ser um episódio muito mal explorado pela oposição parlamentar, mormente PS, CDU e BE, pois o país precisa de saber se esta oposição está a favor dos lesados directos do BES, e também dos indirectamente lesados do BES: todos nós.