O fim do mundo está a chegar! Ou como dirá um gato: Miau.

Gatos. Já tudo se falou sobre os gatos. Que são uma espécie de animal autoritário e independente, que só fazem aquilo que querem, quando querem e durante o período por eles determinado. Ou seja, o sonho de qualquer ser humano. Por mim, era facultarem-me um casa-de-banho equipada com umas pedrinhas bem-cheirosas e comer à descrição, e podia viver nessas condições durante uma vida inteira sem preocupações e sem objectivos de vida. Mas, observando particularmente de uma forma mais atenta, existe uma aura de mistério à volta de um gato. Na forma como se mexem ou como nos olham de uma forma bastante penetrante — como se a sua pretensão fosse sugar-nos a alma —, tudo à volta de um felino doméstico é um mistério.

Há 10.000 anos atrás, o gato surgiu na sociedade com um simples propósito: afastar os roedores que rondavam os stocks de grão. Segundo lendas hebraicas e babilónicas, o gato surgiu através de um espirro de um leão — pela sua parecença com o Rei da selva, muito provavelmente. O gato rapidamente foi adquirindo presença entre os humanos e galgou de tal forma a escadaria da hierarquia que, segundo as lendas egípcias, as divindades gostavam de assumir a forma de um gato, durante as suas aparências. O gato era tremendamente respeitado no antigo Egipto.

Mas… vamos lá tratar de assuntos sérios. Toda a gente sabe que esta história dos gatos terem surgido através de um espirro de um leão é uma valente treta. Mas quem, de perfeita saúde, vai acreditar numa invenção tão mal elaborada. É óbvio que os gatos surgiram de uma outra e óbvia forma — e é igualmente óbvio que não estou a falar de Deus. Toda a gente sabe que os gatos surgiram no nosso planeta através de alienígenas. Aliás, o próprio gato é um alienígena.

Os gatos são uma espécie de agente secreto enviado por extraterrestres para nos espiarem. Eles estão cá apenas para observarem, analisarem e, depois, enviar os dados para os seus superiores. Porque será que, de vez em quando, um gato desaparece de uma habitação, está três ou quatro dias sem aparecer, e surge repentinamente como se nada se tivesse passado — foram obviamente entregar um relatório aos seus superiores.

Tendo em conta a observação que tenho executado de forma intensiva ao meu gato, penso que, finalmente, os extraterrestres vão avançar com a invasão. Depois de o sacaninha me espiar enquanto durmo, de analisar a forma inconsciente de como me alimento mal e até as expressões de terror que demonstra quando me apanha a fazer as necessidades fisiológicas ou a tomar banho, está claro que o relatório que enviou não será muito animador. Posto isto, preparem-se que o nosso “Independence Day” está a chegar. Pelo sim, pelo não adquiram muitas latas de atum — diz que os gatos adoram essa iguaria. E lamento, pois o fim do mundo será, efectivamente, culpa minha…