Se Passos Coelho vencer as eleições legislativas de 4 de Outubro, irá cortar pensões de reforma no valor de 600 milhões de euros. Se estiver a ler esta crónica e for pensionista, na hora de votar, lembre-se: Passos Coelho vai cortar a sua reforma.
O debate entre Passos e António Costa trouxe essa verdade à tona. Talvez tenha sido o único ponto de referência de um debate em que Costa venceu, mas não convenceu, sobretudo por ainda não se ter decidido se fará parte da mudança e da solução, ou se se resignará a ser um representante da Troika em Portugal.
Assim sendo, temos a garantia de que se Passos e Portas (PàF, PSD/CDS) forem governo a 5 de Outubro, com ou sem Marinho Pinto e o PDR coligados, haverão cortes nas reformas no valor de 600 milhões de euros e plafonamento de reformas superiores a 3050€. Já Costa prometeu em Novembro devolver os subsídios de Natal, mas subsidiar a segurança social com fundos provenientes das portagens – logo com montantes variáveis e flutuantes.
Bem vistas as coisas, não há grande antagonismo nas propostas de Passos e Costa. Aliás, a visão de ambos converge frequentemente em aspectos económicos, ainda que no PS haja uma relutância em relação a privatizações, como a da TAP.
Ao país fará bem a mudança de governo. Fará melhor se a mudança for para um governo à esquerda, composto pela esquerda livre para lutar e livre para governar.
Mais crónicas
A solidão
Será assim tão mau ser-se solitário?
O sonho comanda o Universo