“Penso, logo existo!”

Cogito, ergo sum“, “Penso, logo existo” é uma frase do filósofo francês René Descartes, descrita no livro Discurso do Método publicado em 1637.  Descartes pretendia atingir o conhecimento absoluto, para tal era necessário colocar tudo em dúvida, exceto o seu pensamento, ou seja, se a dúvida existe então o pensamento existe e se o pensamento existe o indivíduo também existe.

Partindo do princípio filosófico de Descartes – que o pensamento está acima do indivíduo – estamos todos em uníssono e também estamos todos tramados, pois vivemos numa época de pensamento acelerado : A inquietude mental em que vivemos, este frenesim diário que nos impede de aproveitar o momento, o pensamento veloz do que fizemos ontem, do que iremos fazer daqui a uma semana, as mágoas do passado que afetam o futuro, os objetivos futuros que são nada mais que as frustrações clandestinas do passado, o nosso Carpe Diem deixa de existir sem darmos conta da sua ausência.

Pensar, pensar, pensar…a fragmentação da mente impede que ouçamos o eu interior, aquela vozinha que faz parelha com a intuição e nos diz exatamente o que devemos fazer naquele momento, a voz calma e disciplinada que nos guia quando hesitamos sobre remar para a maré esquerda ou para a maré direita, a voz assertiva que torce o nariz quando nos aproximamos de alguém que não é bem vindo na nossa vida mas nós ignoramos. E porque é que não fazemos caso da nossa voz interior? Porque estamos pejados de tretas mentais que nos impedem de chegar à frequência que precisamos para sentir a tal inteireza humana, aquele bem estar tão mágico e tão longínquo e tão raro.

Como é que o leitor se sente? Eu? Eu estou carregada de lixo interior, sacas, sacolas, malas e mochilas cheias de culpa, de ansiedades, de frustrações, de mágoas, de angústias, de tristezas, um peso imensurável em cima de mim, estou cansada, cansada de carregar esta merda toda! É um barulho mental incessante – fiz, não fiz, vou fazer, não vou fazer, disse, não disse, quis, não quero, porque, porquê, quando, como – que não me deixa respirar! Quero tanto me libertar! Como escreveu Fernando Pessoa, sob o heterónimo Álvaro de Campos “Eu, eu mesmo…/Eu, cheio de todos os cansaços/Quantos o mundo pode dar.

Quietude mental, sintonia mente e corpo, frequência elevada, bem-estar, felicidade plena, saúde mental, estabilidade emocional, aprendizagem e construção do eu, autoconhecimento, autoestima, amor-próprio, sabedoria, agilidade emocional, sagrado, espiritual, fé, paz interior, tranquilidade, liberdade, intuição, motivação, otimismo profundo, positividade, empatia…Algum destes conceitos lhe é familiar?

Perdi o meu Carpe Diem algures por aí entre o pessimismo e a estagnação. E o leitor, por onde anda o seu Carpe Diem?

 

Continua