Perfeito

Falar em perfeição é como falar do sexo dos anjos, ainda mais se falar em corpos prefeitos. As vezes custa aceitar a realidade, a perfeição não existe, é a penas uma utopia e que cada um acredita na sua. Mas existe uma espécie de consenso do que é belo, fora de esse consenso ou és Deusa ou feia e isso tenta também se aplicar ao que chamamos de alma, algo tão indefinido… Porque cada ser humano é diferente e tentar meter tudo no mesma embalagem é um erro que depois dá esses sentimentos de que não a demitimos sentir, mas que no geral numa ou noutra coisa todos sentimos ou seja, sermos racistas, homofóbicos e por ai… Uma pessoa sentir amor por outra pessoa do mesmo sexo, para muitos é um insulto ao que somos, como se a vida feliz de alguém pudesse ser um insulto a nossa… E já ouviram muitas vezes essa famosa frase que é usada para insultar: és um doente! Como se estar doente fosse uma falta grave parente a sociedade ou não seremos todos doentes, um dia? Depois há o ser deficiente, a própria palavra o diz… A verdade é que nos custa aceitar certas coisas, uns mais, a outros nem tanto! Tudo por causa daquela perfeição, porque somos educados a idolatrar a perfeição.

Todos os dias travamos uma guerra contra a imperfeição, homens e mulheres disfarçam os seus erros físicos, os que não podem, são os chamados de “feios”, “gordos” ou “deficientes” conforme os seus defeitos e há até que procure tocar na tal utopia, fazendo operações para mudar os seus atributos físicos, alguns vêem essas operações com bons olhos, outros nem por isso, mas ninguém condena porque cada um deve fazer o que ache para o bem o seu ego e depois há os condenados, como os chamados de “gays” porque ai já não há desculpa, é porco e contra a vida. Se bem, que as coisas estão a mudar muito. Mas ainda anda por aí muita mente a viver na “mente da pedra”

Só que há um lado mais complexo nesta teia da perfeição, que é àqueles que têm um corpo “normal” digamos assim, que na alma deles não têm aquela perna, ou aquele braço e cortam-no para se sentirem bem, muitas vezes com uma serra na sua própria casa tal é a vontade de não ter aquele membro… esse ao contrário dos que aumentam os seios e vice versa, são os loucos, os doentes. Porque a sociedade não aceita esses corpos imputados, só tolera os que têm de ser, mesmo assim… Para a sua utopia da perfeição é um atraso um defeito que não pode existir numa sociedade que se deseja perfeita. É verdade, que quem quere cortar uma perna porque se sentem se ela, tem o problema de os apoios do estado dá, mas se renegar a eles… No final quem nesta sociedade é perfeito e quem não é? A mim ainda há gente a tentar me convencer quem um dia um Deus ainda me vai fazer andar, como se isso fosse importante para mim. Mas para a sociedade perfeita ė importante que não haja pessoas como eu… Para mim, perfeito só conheço uma coisa, a vida! É bom vive-la e ser imperfeito, com todos os erros e qualidades que cada um tem.

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Whole (documentário)
Melody Gilbert, 2003.

Explora indivíduos que sentem a necessidade de se tornar amputados entrevistando essas pessoas e psiquiatras, entes queridos, etc.