Por nós – Augusta Ferreira

Eu às vezes dou por mim a pensar em voz alta que as pessoas são realmente estúpidas que nem sequer há comparação.

Desde sempre pensei que iria morrer de cancro, deve ser das mensagens que lia e das imagens que via nos maços de tabaco, tanto me avisam de que fumar provoca uma morte prematura e dolorosa que já me mentalizei que a minha morte será assim mesmo, feia e cheia de dores e o mais cedo possível, ou seja há já 13 anos que estou a meio de um suicídio que ainda não sei quando se vai concluir, mas disperso-me.

Hoje vi a minha morte não muito longe de mim.

Tudo começou há 21 anos atrás quando eu me tornei consciente de que sou uma pessoa que merece ser respeitada por tudo e por todos, não pela minha condição social, mas porque sou uma cidadã deste país que me protege enquanto pessoa, mas isso tem sido desrespeitado mais vezes do que o número de milhões de euros que eu tenho na minha conta bancária que é zero, mas enfim.

No outro dia vinha a pé (caminhando) para casa e passam por mim dois negros aí na casa dos trinta anosque com cara de gozo, me abordam:

“Olá gostosa tudo bem?”

Como boa aluna que sempre fui, e de resposta na ponta da língua soltei as seguintes palavras:

“Vão à merda palhaços!”

E eles parecem que seguiram o meu conselho e continuaram a andar e deixaram-me em paz.

Mas hoje foi diferente, hoje foi só um negro e devia ter aí os seus 50 anos e soltou a sua pérola:

“Olá fofinha, tudo bem?”

Depois de ontem ter visto um homem branco à chapada com uma mulher branca na rua em frente à minha janela, e depois de ter visto três rapazes ir pedir contas ao homem que bateu na mulher, ter chamado a polícia e a mesma não ter comparecido nos 20 minutos depois da chamada, a minha alma já estava saturada com tanta selvajaria e a minha resposta ao nojento de hoje foi:

“Vai para a merda, filho da puta”

Mas desta vez o cabrão do velho nojento (sim porque o infeliz não tinha nem a dentição completa) não seguiu o meu conselho e foi caminhando até à merda, desta vez o cabrão do velho, parou e parece que ficou a insultar-me, eu estava demasiado ocupada bazando de lá à maior velocidade possível… se eu tivesse que correr, devido ao tabaco tinha morrido mesmo.

Mas eu fico a pensar, porque será que esta gente que me abordou de maneira horrorosa não tem nem um pingo de educação ou pelo menos de respeito?

Será que os seus pais violaram as suas mães quando estas ainda eram crianças e os seus avôs obrigaram-nos a casar e o pai nunca teve respeito pela mãe e é por isso que estes marmanjos do caralho, quando vêm uma mulher só pensam em como será a sua vagina?

Será que a esta gente nunca lhes foi dito principalmente se emigram que devem respeitar os costumes do país que os acolhe?

Eu também podia ter ficado calada e ignorar a abordagem destes sem noção da vida, mas não o faço, estou no meu país e exijo usufruir da liberdade que tenho.

E penso nas mulheres destes homens, será que elas são felizes? Será que ficam contentes de saber que os seus homens abordam outras mulheres com a intenção de lhes pôr os cornos? Será que elas também lhes põem os cornos a eles, sim porque eles comigo não tiveram sorte, mas o que não faltará aí serão ex ou vendedor@s de fruta à beira da estrada que por 5€ cometem adultério.

Atenção que me refiro só à pobretalhada que veio lá de Àfrica que não sabe ler nem escrever, e muito menos sabe interpretar um texto, os negros que nasceram cá em Portugal, já sabem dos nossos costumes e podem ou não respeitar, por vezes quando se nasce numa comunidade fechada como é a dos racistas (brancos, negros, amarelos, violetas) o respeito varia.

Sou portuguesa e exijo ser respeitada como tal, não quero caminhar pela rua e ser abordada por ninguem para fazer amizade nem o raio que os parta, odeio gente sem noção e mais tarde ou mais cedo toda a gente me prova que é estupida.

Outra coisa que eu ouvi hoje e que me deixou de cérebro estupefacto à ignorância foi que as pessoas não fazem manifestações nem aderem às greves porque apanham porrada da polícia.

E eu perguntei a essa pessoa se tinha conhecimento de quantas pessoas tinham morrido para que ela tivesse os direitos que tem hoje em dia, se sabia porque se celebrava o dia da mulher, se sabia quantas pessoas morreram para ela ter o direito de votar, se ela sabia quantos jovens morreram para ela ter direito a estudar numa escola, se ela sabia quantas pessoas morreram para ela ter direito a ter um trabalho remunerado.

No final de contas em troca da liberdade que temos hoje em dia muita gente morreu porque muito pouca coisa mudou, continuamos uma cambada de selvagens a tentar domar outros selvagens para seu próprio benefício.

Mas não apanhar porrada da polícia é muito pior que ter uma vida realmente digna.

Para quando o meu rapto por extraterrestres que me levem deste mundo para nunca mais voltar e para que eu possa viver numa sociedade muito mais civilizada?
Crónica de Augusta Ferreira
Se eu acreditasse em tudo o que me dizes
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