I |
Doce tentação, |
que me inspira a mim, |
a tentar do teu não, |
fazer um claro sim.
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Doce e secreto, |
é o meu desejo, |
ao qual de concreto |
não falta o que em ti vejo.
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Tentação que vejo |
como coisa boa, |
o único amor que invejo, |
é o que dá a outra pessoa
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II
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Estaria à sua altura, |
se um palmo mais crescesse, |
sem aumentar na largura, |
como nesta idade acontece.
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Chegava da montanha ao topo, |
e do alto ficava a ver, |
que, assim visto, o mundo é pouco, |
para irmos aonde lhe apetecer.
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Enquanto esperava que chovesse, |
e atento a que não caísse, |
sonhava que a ver-me estivesse |
ansiosa por que eu agisse.
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III
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Um beijo dado pela manhã, |
à espera de estar à altura, |
de vires pedir-me em pés de lã, |
pra enlaçar-te pela cintura.
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Um beijo dado devagar, |
como deve ser um beijo |
que a meu ver possa figurar |
entre os melhores que eu vejo.
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Se a minha língua enroscasse |
a tua, o que eu pedia, |
era um abraço em que ficasse |
enroscadinho todo o dia.
FIM |
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