A Cinemateca apresenta dificuldades financeiras que põem em causa o seu funcionamento já no próximo mês de Setembro. O governo tarda em cumprir o prometido, pela mão de Barreto Xavier, responsável pela pasta da cultura (que não “goza” de ministério, com este governo PSD-CDS), que foi dotar a Cinemateca portuguesa de verbas que garantissem a “sobrevivência” desse verdadeiro serviço público.
Num país recheado de cineastas de reconhecida qualidade, e com provas dadas a nível internacional, onde já se contabilizam diversos prémios da reputada indústria cinematográfica europeia, é estranho e quase obsceno que o cinema português tenha perdido tantos e tantos milhares de euros em apoios públicos ao fomento das actividades no sector. A verdade é que o PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) não prevê mais investimento público a favor da Cinemateca portuguesa. Isto significa que o governo já teria previsto este impasse.
Sendo a Cinemateca uma instituição que fornece serviço público, estando assim ao serviço da população; cumpre a todos os cidadãos, apreciadores de cinema e de cultura, defender a Cinemateca, que representa muito para o sector cultural em Portugal. É que talvez até por ser um serviço público do sector cultural, é “prescindível” para este governo apoiar a cultura, sobretudo porque um país culto será sempre livre, e nunca se deixará vergar à força de autoritarismos económicos e financeiros!
Se Portugal perder a Cinemateca, todos nós perderemos mais um pouco do nosso Portugal
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