Sr. Relojoeiro, era para actualizar o software do meu relógio

A frase não fazia sentido, era impensável. Mas há 10 anos atrás. Hoje e principalmente neste momento ninguém, ou pouca gente a estranhará.

Os smartwatch estão aí, e torna-se o gadjet apetecível para o bom velhinho de barbas brancas nos trazer neste natal de 2014. Mas afinal o que faz um smartwatch ao certo? O que pode vir a fazer? Porque é que vale a pena? É o tipo de questões que lhe vou tentar responder, sem entrar muito em detalhes de marcas.

Porque é útil um smartwatch?
No inicio do século objectivo para os fabricantes de telemóveis era simples: pequeno e leve era a chave para fabricar um bom telemóvel. Ninguém queria andar com o tropeço às costas, para receber e fazer chamadas, e para receber e enviar SMS. Mas de repente as coisas mudam. O software passa a ter mais capacidades, passa a ser mais um computador, e chamadas e SMS passam a ser acessórios de um telemóvel. As marcas disputam entre si a melhor velocidade, o melhor ecrã, o melhor audio, e até o design passa a ser um acessório. Se eles não parecem irmãos uns dos outros são de certeza primos.
Para receber mais, consultar a internet, ver filmes, ou jogar entre muitas outras funções, o telemóvel começou a seguir o conceito inverso. Maior é melhor e hoje enviamos nos bolsos, não os tijolos dos anos 90 dos nossos pais, mas pelo menos minimalistas telhas.
As nossas telhas tornam-se desconfortáveis nos bolsos, ou até nas carteiras das senhoras, e nem sempre lhes conseguimos aceder rapidamente. Ou seja o nosso telemóvel precisava de uma extensão dele próprio.
O raciocínio foi simples, os fabricantes dos telemóveis pegaram num acessório que fica bem, que se usa à séculos, e que eles próprios tinham ajudado a matar – o relógio.
Desta forma temos no pulso a extensão do nosso telemóvel. Ele toca, o smartwatch avisa, recebemos um SMS um mail uma notificação do facebook, podemos ler no nosso smartwatch, sem necessidade de tirar o telemóvel do bolso (ou onde ele estiver). Temos ainda o bónus de poder fazer ou receber uma chamada a falar para o relógio, o que prova que o inventor do conceito smartwatch era também um fã do “Justiceiro”.

O que podemos esperar neste conceito?
Nem os fabricantes sabe ao certo. Claro que as hipóteses num relógio são igualmente e virtualmente ilimitadas, mas mais função menos função e vamos bater no problema ” tamanho do ecrã” e de certeza que ninguém vai querer andar com uma telha amarrada ao pulso.
Logicamente as marcas foram inteligentes de ceder novas funcionalidades aos relógios, como o podometro que conta os nossos passos, entre outras funções para o desporto, mas a verdade é que até ao momento nenhuma marca conseguiu uma função que torne o smartwatch uma compra obrigatoria.

Compraria um smartwatch?
Definitivamente sim, por todas as razões que apresentei, no entanto na minha opinião deve-se comprar algo barato, que cumpra essas funções básicas, mas que dão muito jeito. Claramente ainda há aqui algum caminho a percorrer, e já estamos habituados a que as actualizações nunca surgem para a tecnologia mais antiga.