Um viva á Opinião! – Teresa Isabel Silva

Vivemos numa sociedade de comentadores. Vivemos igualmente numa Era em que qualquer um se sente especialista de este ou daquele assunto. Vivemos em tempos difíceis para a opinião.

Nos dias que correm as opiniões são julgadas, criticadas e até mesmo falsificadas. O diz que disse está na moda, e acrescentar um ponto também.

Felizmente existem pessoas que mantem as suas opiniões, que erram, que criticam, que constroem ideias e fundamentam os seus juízos. Ainda bem que existem pessoas que não tem medo de dizer o que pensam e que pensam bem.

Ao fim de tanto tempo no +Opinião, esta é a lição de moral que levo comigo! Não vou falar da minha evolução, isso é notório, não vou falar das relações e dos profissionais que conheci, nem vou falar de como foi difícil escolher abandonar este projecto. Vou falar das nossas opiniões.

Porque todas as semanas, eu encontrava algo sobre o qual falar e sobre o qual mostrar a minha opinião. OK, confesso na maioria das vezes era indignação! Mas quem não a tem?! Opinei sobre os transportes públicos, que continuam uma desgraça, falei das crianças que continuam a ser pestes, falei dos nossos ministros, que hoje nem vou comentar, e falei muitas outras coisas que não lembram a ninguém.

Basta ser um ser social para ter opinião. Agora pensar bem já é outra coisa muito diferente. Existem os que julgam que sabem, e esses apenas seguem os exemplos dos representantes do estado. E depois existem os que sabem mesmo, e esses estão desempregados.

Nos dias que correm somos livres de falar, mas pergunto-me se até quando!? Parece que muitas vezes consideramos a opinião, um direito tão adquirido que não lhe damos o devido valor.

Contudo é fácil esquecer! O povo português esquece e perdoa com facilidade. Mas não devíamos de o fazer. Existiram pessoas que lutaram pela nossa liberdade de expressão, pelo nosso direito á opinião, para que hoje, eu veja muita gente vender-se por uns trocos baratos ou por uma publicidade.

No que toca a opiniões, aqueles que sabem podem formar e educar outras mentes. Mas nunca limpar os valores e o conteúdo pessoal de cada um. O conceito de abrir a mente nunca esteve tão errado. Hoje em dia abrem-se os miolos dos jovens (e adultos também) e despejam-se uma data de coisas em que querem que eles acreditem.

Já ninguém pensa sozinho! Já ninguém tem coragem de viver pelas suas opiniões sobre medo de represálias. Toda a gente vive pelo pensamento colectivo!
Pelos menos que alguém lhes diga isso, pode ser que interiorizem. Eu até penso porque sou amiga da Mónica.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Sou amiga da Mónica