Vivemos numa sociedade de comentadores. Vivemos igualmente numa Era em que qualquer um se sente especialista de este ou daquele assunto. Vivemos em tempos difíceis para a opinião.
Nos dias que correm as opiniões são julgadas, criticadas e até mesmo falsificadas. O diz que disse está na moda, e acrescentar um ponto também.
Felizmente existem pessoas que mantem as suas opiniões, que erram, que criticam, que constroem ideias e fundamentam os seus juízos. Ainda bem que existem pessoas que não tem medo de dizer o que pensam e que pensam bem.
Ao fim de tanto tempo no +Opinião, esta é a lição de moral que levo comigo! Não vou falar da minha evolução, isso é notório, não vou falar das relações e dos profissionais que conheci, nem vou falar de como foi difícil escolher abandonar este projecto. Vou falar das nossas opiniões.
Porque todas as semanas, eu encontrava algo sobre o qual falar e sobre o qual mostrar a minha opinião. OK, confesso na maioria das vezes era indignação! Mas quem não a tem?! Opinei sobre os transportes públicos, que continuam uma desgraça, falei das crianças que continuam a ser pestes, falei dos nossos ministros, que hoje nem vou comentar, e falei muitas outras coisas que não lembram a ninguém.
Basta ser um ser social para ter opinião. Agora pensar bem já é outra coisa muito diferente. Existem os que julgam que sabem, e esses apenas seguem os exemplos dos representantes do estado. E depois existem os que sabem mesmo, e esses estão desempregados.
Nos dias que correm somos livres de falar, mas pergunto-me se até quando!? Parece que muitas vezes consideramos a opinião, um direito tão adquirido que não lhe damos o devido valor.
Contudo é fácil esquecer! O povo português esquece e perdoa com facilidade. Mas não devíamos de o fazer. Existiram pessoas que lutaram pela nossa liberdade de expressão, pelo nosso direito á opinião, para que hoje, eu veja muita gente vender-se por uns trocos baratos ou por uma publicidade.
No que toca a opiniões, aqueles que sabem podem formar e educar outras mentes. Mas nunca limpar os valores e o conteúdo pessoal de cada um. O conceito de abrir a mente nunca esteve tão errado. Hoje em dia abrem-se os miolos dos jovens (e adultos também) e despejam-se uma data de coisas em que querem que eles acreditem.
Já ninguém pensa sozinho! Já ninguém tem coragem de viver pelas suas opiniões sobre medo de represálias. Toda a gente vive pelo pensamento colectivo!
Pelos menos que alguém lhes diga isso, pode ser que interiorizem. Eu até penso porque sou amiga da Mónica.
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