Actores e Actrizes Com Mais Prémios Internacionais

Ganhar mais prémios nem sempre significa ser o melhor, mas é concerteza um grande indicador do sucesso – o cinema e a televisão não são uma excepção (tanto “ão” numa frase!), mundos nos quais as grandes cerimónias são bem frequentes. À medida que entramos no território das grandes estreias de 2017/2018, que melhor altura para relembrar alguns dos maiores “papa-prémios” dos últimos 50 anos?

Note-se que esta crónica é mais informativa do que de opinião – se gosta só mesmo da minha opinião, pode parar de ler aqui (ou não, porque o humilde cronista aprecia muito a sua companhia) – mas tenha em consideração que os números são o que são. Porque o que não falta aí são galardões e muitos deles nem sequer sancionados. Permita-me a liberdade de lhe apresentar os armários de vultos bem conhecidos, outros não tão falados e comprove o que todos eles têm em comum: a versatilidade em todas as áreas da representação!

No reverso da medalha estão também muitos actores que pouco ou nada ganharam, mas que tiveram igualmente uma grande carreira. Mas afinal de contas, como é que se decidem realmente as atribuições de prémios? Porque é que se reduzem as nomeações a um punhado de caras, quando há aí tanta coisa boa para se ver e avaliar?

O foco é, pois claro, os Óscares. Nos dias que correm, o sucesso é muitas vezes medido pela generosidade da Academia, mesmo tendo em conta o papel importante dos prémios nos festivais europeus. A verdade é que quando se pesquisa actores e actrizes  com mais prémios no Google (eu sei, porque acabei de o fazer) só nos aparecem listas relacionadas com os Óscares e muito pouco com o resto. Mas vamos lá escrutinar isto e perceber quem são realmente os verdadeiros camiões de prémios que ainda estão em actividade!

Daniel Day-Lewis

Seria completamente bizarro se não colocasse Daniel Day-Lewis nesta lista. Considerado o ‘’Deus’’ dos actores metódicos, esta supernova inglesa de 60 anos é um dos maiores sucessos de Hollywood de todos os tempos, tendo como segredo a participação em poucas longas-metragens. Note-se, por exemplo, que o seu último (e premiado) filme foi Lincoln em 2012. No entanto, Phantom Thread (de Paul Thomas Anderson) chega no mês que vem e promete uma chuva de nomeações.

Com 5 nomeações para Óscar de Melhor Actor Principal e três vitórias, Daniel Day-Lewis conquistou as suas primeiras estatuetas douradas no início dos anos 90, arrasando outras tanta cerimónias dos BAFTAS, ganhando Globos de Ouro e Screen Guild Awards, entre muitos outros prémios de grande pedigree. Aquela casa deve ser cá um museu…

Um autêntico mestre do disfarce, este vulto de Hollywood é conhecido pela intensidade com que interpreta os seus papéis, mantendo a sua personagem on e off set enquanto está em filmagens (há quem diga que vai mesmo para lá disso). Está mais que visto não tardará muito até voltarmos Daniel Day-Lewis a subir aos grandes palcos para limpar mais umas estatuetas…

Cloris Leachman

Cloris Leachman não é um nome super sonante, mas é, sem dúvida, uma actriz muito especial. Com uma elevada polivalência, a criatividade e gosto pela arte leva a que esta jovem de 91 anos (!) continue a trabalhar em vários projectos como se não houvesse amanhã. O espírito é tal, que a norte-americana bateu o recorde do Dancing With The Stars original, com uma participação aos 82 anos de idade.

Então vamos lá aos prémios: uma nomeação, um Óscar de Melhor Actriz Secundária. Not too shabby… O filme é The Last Picture Show (1972). Os anos 70 foram a primeira grande era dourada de Cloris Leachman, com participações nas séries Mary Tyler Moore (1974), Cher (1975) e A Brand New Life (1973), ganhando um Emmy com cada uma das séries. São 4 anos seguidos a ganhar prémios! Não é para todos.

Cloris Leachman viria ainda a ganhar mais dois Emmy’s em 1984 e 1998, pouco antes de embarcar numa das suas maiores aventuras no pequeno ecrã: Malcom In The Middle. O nome não lhe deve soar estranho, acredito! Com duas participações especiais, esta autêntica rainha da TV americana arrecadou  ainda mais uma dupla de Emmy’s. E pode não ficar por aqui, com a experiente actriz americana a participar actualmente em American Gods, série que esteve nos seus primeiros meses de estreia em 2017.

Jack Nicholson

E este, han? Icónico, é quase uma personagem de cinema na vida real. Jack Nicholson é, possivelmente, o mais premiado desta lista, encabeçando várias cerimónias em diversos anos das últimas décadas. A influência é tal, que Nicholson já é, há muito tempo, um membro votante da Academia. Melhor actor da sua geração?

Estamos perante o actor com mais nomeações para Óscar de todos os tempos (12, oito para Actor Principal, quatro para Actor Secundário), sendo um dos poucos performers que foram nomeados em cinco décadas diferentes, arrecadando três estatuetas douradas no total. Aproveito para lhe dar um pedacinho de trivia: apenas Katherine Hepburn bate Jack Nicholson (em conjunto com outros quatros actores/actrizes), com um total de quatro Óscares ganhos.

Com filmes conhecidos à dar com um pau (é mesmo), o actor de 80 anos já ganhou sete Globos de Ouro, três BAFTAS e um Grande Prémio em Cannes. Não está ao alcance de muitos e é mesmo considerado pela Universidade de Brown, EUA o actor mais bem qualificado das últimas gerações, sendo que a prestigiada instituição atribuiu-lhe um Doutoramento em Fine Arts  em 2011. Não há dúvida que este homem já fez mesmo tudo o que havia para fazer.

Dustin Hoffman

Apesar de já ter visto imensos filmes do Dustin Hoffman e de reconhecer a (mais que evidente) qualidade que traz para o grande ecrã, confesso que fiquei ligeiramente surpreendido quando me apercebi que era um dos actores mais premiados de sempre. Ah grande Dustin!

O actor natural de Los Angeles, California (foi nascer e caminhar para o estrelato), já ganhou dois Óscares (de um total de sete nomeações) com Rain Man (1988) e Kramer Vs Kramer (1979), ambos na categoria de Melhor Actor Principal. Globos de Ouro foram seis, BAFTAS quatro e Emmys – isso mesmo – dois. Que carreira. Um frenesim de prémios que apenas acalmou com o início do novo Milénio, com Hoffman a desfrutar do seu sucesso em produções de qualidade um pouco inferior, pelo menos em comparação às longas-metragens que protagonizou nos anos 70/80.

Dustin Hoffman tem estado menos activo nos últimos anos, mas não deixou de participar em blockbusters como Kung Fu Panda (2008) ou em novas produções televisivas como Medici: The Masters Of Florence. Será que o actor norte-americano ainda tem gasolina suficiente no depósito para mais uma grande interpretação? Só o futuro o dirá.

Sissy Spacek

Mais um nome que provavelmente lhe soa estranho, certo? Sissy Spacek, à semelhança de actrizes como Merryl Streep ou Julie Christie, é um exemplo de versatilidade nas várias categorias da actuação, amassando um conjunto de prémios considerável entre as diversas dimensões do cinema e da televisão no geral.

A actriz e cantora natural do Texas (que até já possui um estrela no passeio da fama em Hollywood) é um autêntico dínamo nas suas representações, tendo mostrado a sua classe com grande consistência durante toda sua carreira. Ganhou um Óscar (em seis nomeações) com Coal Miner’s Daughter (1980), três Globos de Ouro, um SAG Award e várias nomeações para BAFTAS, Emmys, entre outros.

Ultimamente temos visto pouco de Sissy Spacek, que recentemente entrou em hiato (2012-2015), voltando ao pequeno ecrã com a série Bloodline, um original Netflix que tem tido críticas relativamente positivas. Não vi a série, mas conhecendo a qualidade desta actriz, é provável que a vejamos ser nomeada para um grande prémio nos próximos tempos.

E o que vem a seguir? Quem poderão ser os próximos arrebatadores de prémios internacionais? Com a geração de ouro de Hollywood perto de conhecer o seu fim, é muita a especulação acerca do futuro do mundo dos cinema e das séries televisivas. É verdade que está aí uma boa fornada de jovens talentos, mas será que estarão à altura dos seus predecessores?

Mas hey, os prémios não são tudo. Já pensei em fazer uma crónica acerca dos actores e actrizes que nunca ganharam um grande prémio. E porquê? Para na minha opinião, muitos deles já o mereciam. Vou pensar no assunto. Até à minha decisão, boas filmes e boas séries. A época do bom cinema está aí, por isso não perca as grandes estreias!

Feliz Ano Novo e Hasta La Vista, Baby!