Há um par de anos atrás chegou uma nova tendência em Portugal de seu nome BookCrossing. Para aqueles menos atentos – ou com uma vida sexual activa – este conceito criado nos Estados Unidos consiste no “acto de deixar um livro num local público, de forma a que outros lhe peguem e o leiam, e assim consecutivamente”. Deste modo, basta inscrevermo-nos num dos sites criados para o efeito, seleccionar um livro de que já tenhamos usufruído, catalogá-lo com um código específico (para terceiros saberem que se trata de um livro de BookCrossing) e, de seguida, libertá-lo num local público. Depois é só esperar que alguém deixe uma mensagem no site a dizer que o encontrou e a sua opinião sobre o respectivo livro.
Conceito adorável, é verdade, mas não é para mim. Não me interpretem mal: não tenho nada contra uma troca gratuita e aleatória de livros. Nada disso. Tenho é medo de me sentar num banco de jardim e de, ao meu lado, estar um livro do Paulo Coelho. Só de pensar nisso apetece-me pegar num picador de gelo e vazar ambas as vistas.
Eu cá tenho outra visão: O ChickCrossing. E quando eu emprego o termo Chick não me refiro a galinhas – embora existam por aí galinhas que se mexam bem, acreditem que eu sei – refiro-me, isso sim, a mulheres. O que eu proponho é uma troca gratuita e aleatória de mulheres. Usufruímos de uma tipa e depois, num acto repleto de altruísmo, libertamo-la. E não estou a falar só de usufruir sexualmente, falo também de uma lavagem de roupa, da confecção de duas a três refeições e da lavagem da respectiva loiça. Muitos de nós, homens, já fazem isso. O problema é que como alguns não catalogam as mulheres devidamente, os outros nunca sabem quais são as que estão no circuito ChickCrossing. Esta é a causa de por vezes nós, sem aviso prévio, apalparmos algumas senhoras.
Eu proponho que a identificação de uma mulher que pertence ao circuito do ChickCrossing seja uma tribal no fundo das costas (ou imediatamente acima do pandeiro, como preferirem), o que torna o processo mais simples uma vez que a maior parte das javardon… “mulheres mais disponíveis” já a têm. E que alegria era, numa tarde fria de inverno, encontrarmos por aí uma Soraia Chaves.
Claro que este processo implica algumas regras. Primeiro, os crossers têm de se comprometer a não danificar a obra, caso o Benfica perca, nem a adicionar-lhe alterações como, por exemplo, gonorreia. Outra questão de imperial relevância é o crosser comprometer-se a libertar a miúda num período máximo de uma semana, nem mais um dia. É que, para outro crosser, ela poderá também ser um belo momento de cultura. Finalmente, é importante o feedback de todos os crossers, devendo estes deixar a sua opinião no site, sobre aspectos importantes como profundidade de conteúdo, tamanho das narrativas e capacidades de confecção de um bom cozido.
Eu cá vou fazer a minha parte: vou pegar na minha avó (identificação: dragão tribal) e libertá-la num jardim.
No caso do leitor ser uma mulher:
Este texto não reflecte minimamente as opiniões e convicções do autor. Ele só escreveu este texto porque lhe puseram qualquer coisa na garrafa de whisky. Na verdade, o autor deste texto é um romântico incurável. Quando esse homem sensível não está no Mali em missão com os Médicos Sem Fronteiras nem a arriscar a sua vida no combate a incêndios com os restantes Bombeiros Voluntários da Ajuda, divide o seu tempo entre a pintura, a leitura de poesia para crianças visualmente e manualmente incapacitadas e o convívio diário com mulheres que sofrem de obesidade mórbida (porque para ele o que conta verdadeiramente é o interior).
Crónica de Amílcar Monteiro
O Idiota da Aldeia Visite o blog do autor: aqui
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao navegar está a consentir o seu uso. Para descobrir mais sobre cookies clique aqui.
Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
Mais crónicas
O sonho comanda o Universo
Um verdadeiro murro no estômago ou uma lição de vida
A persistência do vazio