O mundo está cada vez mais estranho, não há quaisquer dúvidas de tal facto. Todos os dias, nos noticiários, assistimos a coisas extraordinariamente estranhas e, por vezes, até demasiadas assustadoras para que acreditemos que, infelizmente, é a triste realidade do mundo em que vivemos. O mundo avança para um estado de absurdo cada vez mais intricado e aterrador, por vezes. E se não conseguirmos possuir a capacidade de nos adaptarmos a esse avanço, temos remotas hipóteses de conseguirmos existir neste planeta. As mudanças são tantas, os estilos e manias das pessoas são cada vez mais absurdas e abrangentes. Essas manias e estilos conseguem atravessar continentes em míseros minutos e, num ápice, todos estamos a comportar-nos de forma igual. O que não deixa de ser um pouco assustador.
Recentemente assisti a uma espécie de mini-discussão amistosa entre dois colegas de trabalho. O nível e motivo da dita discussão é tão simplesmente absurda que me levou a questionar o que, de facto, está a acontecer com as pessoas em geral para permitirem-se entrar em situações tão assustadoramente estranhas. Sem mais demoras, passo a transcrever a discussão.
“O que tu tens é só uma coisa! Sabes o que é?”
“Não, não sei! É o quê?”
“Mania! Tu só tens é mania!”
“Mania, eu? Ah, ah! Tu és mesmo totó!”
“Ai sou? Então o que chamas a essas atitudes absurdas que tens, pá?!”
“Experiência!”
“Experiência? Ah, ah! Que idade tens, puto?”
“Estás a ver? Não tens experiência nenhuma. És uma criança! Se fosses mais experiente, sabias que isso não se pergunta!”
“O quê? A idade?”
“Sim, isso não se pergunta! Tens de ser mais inteligente!”
“Então agora perguntar-te a idade é sinal de ser burro?!”
“Sim, tens de ser mais educado! Tens de ser mais inteligente!”
“Sabes qual é o teu problema? Sabes?!”
“Qual é?”
“Mania! Estás cheio de mania que és melhor que os outros!”
“Não é mania! É ter mais experiência e mais maturidade do que tu!”
“Eu cá chamo-lhe mania.”
“Eu vou ensinar-te uma coisa. Sabes que, sempre que alguém pergunta a idade a outra pessoa, é sempre com algum segundo sentido?”
“Segundo sentido? O que é isso?”
“Estás a ver? És burro!”
“Burro és tu! Que tens a mania que és melhor que os outros!”
“Não tens respeito por nada, nem por ninguém! Falta-te calo!”
“Para que raio queria eu ter um calo? Isso é mau e aleija!”
“Eu não digo que és burro… Não é um calo nos pés… É calo de experiência!”
“Sim, fala o “manias” que, assim que alguém solta um flato perto dele, fica chateado com as pessoas!”
“Claro que sim! Isso é falta de educação!”
“Ai é? Então e tu não o fazes também? Ou aguentas tudo aí dentro até que os teus intestinos expludam!”
“É claro que não. Eu também o faço. Até porque o shôr doutor disse que não é saudável guardar nada cá dentro e que se deve mandar tudo fora! Mas existe uma diferença…”
“Ai sim? Então e qual é a diferença, ó senhor-melhor-que-todos-os-outros?!”
“É que eu pergunto se posso soltar um flato, quando estou acompanhado por alguém! E isto, ó homem das cavernas, é a diferença entre um burro e um ser bem educado!”
“Não, não… Isso é a diferença entre um ser humano normal, e um burro com a mania que é melhor que todos os outros!”
(Silêncio…)
“O que foi? Estás chateado? Calaste-te. Estás irritado comigo? Estás bem?”
“Não. Não estou chateado. Vamos beber uma cerveja, burro?”
“Sim, vamos, ó “manias”…”
E lá foram eles. Amigos e inimigos como sempre…
Isto é que é uma Vida de Cão, ein…
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