Dia dos Namorados e “encalhados” – João Cerveira

Compreendo que muita gente ache piada ao dia dos namorados ou dia de S. Valentim. Assim como acham ao dia do Pai ou da Mãe. Pessoalmente, embora alinhe na tradição desses dias de oferecer (sempre que posso) uma lembrança, acho desnecessário.

Quem ama – e acredito que amor é gostar de alguém, seja amigo/a, familiar, companheiro/a – demonstra-o sempre que apetece, seja em que dia for, durante todo o ano. Não precisa de um dia específico.
Claro que a economia agradece mais um dia de compras e isso é benéfico. Mas do ponto de vista do sentimento, da lembrança de que se é amado… Quem é amado e mimado todos os dias do ano, não se sentirá menos importante se não tiver um dia específico para celebrar o que tem sempre.

Da mesma forma, a economia – em especial os restaurantes – agradecem os vários jantares de “encalhados” que se realizam neste mesmo dia, entre quem ainda não encontrou a sua cara metade. Fora o aspecto económico, se esses jantares servirem o propósito do convívio entre as pessoas, para se passar um bom bocado, óptimo! Que se continuem a realizar e várias vezes por ano. Mas estar descomprometido não é razão para depressão ou tristeza. Simplesmente ainda não se encontrou a pessoa certa que, normalmente, acontece quando menos se espera e costuma estar bem mais perto do que se julga. E mesmo quem tem cara metade, não vive (ou não deve viver) só para ela/e. Tem sempre os amigos e familiares. E esses todos têm, comprometidos ou não.

 

 

Crónica de João Cerveira

Diz que…