Semáforos… – Ricardo Espada

Odeio semáforos! Odeio, simplesmente, a forma autoritária como eles controlam os nossos impulsos. Não acho correcto. Acho um absurdo completo. Uma forma de enervar o mais calmo dos condutores. Na minha mais sincera opinião, não deveria existir semáforos, mas, sim, apenas rotundas. Assim, ninguém era obrigado a estar parado a olhar para um poste vertical, desejando que a luz vermelha desapareça e surja a ordem para seguir viagem. É estúpido. É um raio de uma sensação absurda que me faz comichão. Desaparece a luz vermelha e surge a luz com a cor da esperança. Mas, neste caso, não se trata de esperança, mas, sim, de uma ordem para seguir viagem.

Os semáforos são instrumentos criados pelo homem, com a clara intenção de enervar e, literalmente, «gozar» com o mais inocente e calmo ser humano. Não acredita? Quantas vezes, de manhã, estamos super atrasados para o emprego, e parece que temos o mundo contra nós! Sim, os semáforos fecham todos à nossa aproximação! Eu diria que é que propósito. Tem de existir alguma intencionalidade. Observamos o semáforo ao fundo, expandindo a cor da esperança, e a expressão que a nossa cara ganha é a de pura satisfação. Mas, assim que nos aproximamos do raça do semáforo, o malandro decide mudar a expressão da nossa cara para um ar mais enervado e, irremediavelmente, de pura insatisfação! E damos por nós a regurgitar algo do género: «Raios parta o semáforo! Não tenho sorte nenhuma! Só me faltava esta!» Mas, pensando bem, a culpa até é nossa. Se tivéssemos acordado mais cedo, se tivéssemos despachado de uma forma mais assertiva a nossa higiene matinal, certamente teríamos ganho 10 ou 20 segundos, os suficientes para chegar ao semáforo e ele expressar a sua ordem de passagem – ostentando a luz da esperança. Obviamente, a culpa é nossa.

O que mais enerva um ser humano, é a existência dos semáforos com controlo de velocidade. Aliás, o que mais me enerva, é a quantidade de animais (Sim! Animais! É a designação perfeita!) que, ao ver um semáforo deste género, que obriga a um limite de velocidade estabelecido, anteriormente, a alguns metros, por um sinal de informação — Os suficientes, para o «Animal» abrandar a sua velocidade —, decide acelerar e arruinar todo um processo de evitar que o semáforo feche, por parte de um condutor que segue à sua frente e que sabe interpretar, de uma forma inteligente, que necessita de cumprir o limite de velocidade para que o semáforo não feche. Se eu mandasse! Ai! Se eu mandasse… A esses condutores (Anteriormente designados como – Animais.), cada vez que fechassem um semáforo dessa forma, saltavam 30 ninjas detrás de algum arbusto e desancavam à porrada o «Animal»! Sem misericórdia alguma! Assim, à bruta, mesmo…

Ok, é melhor ficar por aqui… Estou a exaltar-me mais do que era suposto… «ANIMAIS, PÁ! ANIMAIS! SEUS ANIMAIS!» Pronto… já me sinto melhor. Ufa!

Deixem-me só partilhar uma pequena teoria pessoal. Para mim, os semáforos não são controlados eletronicamente, mas, sim, por Deus! Sim! Deus castiga… E Deus, visto que tem a companhia de Steve Jobs no paraíso, deve ter algum comando remoto controlado por via bluetooth, que utiliza para manusear a seu belo prazer os semáforos e castigar-nos! Deus… seu malandreco…

Agora, vou beber uma caneca de leite morno, para ver se acalmo os nervos… Isto, hoje, foi enervante demais… (Nota mental: Não o voltar a fazer… Até porque o leite está muito caro…)


RicardoEspadaLogoCrónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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