The End

Lamento informar, mas parece que finalmente acertaram e o mundo — tal como o conhecemos — vai mesmo chegar ao fim. Gostaria imenso de ter começado este texto com excelentes notícias, ao nível de “Malta está na hora de celebrar, a malfadada pandemia da Covid-19 chegou ao fim!”, mas não. Uma vez mais lamento. Seria uma pessoa tremendamente feliz se tivesse notícias mais animadoras, mas depois de tudo o que tem acontecido ultimamente, está mais do que provado que chegámos ao fim do prazo, ao fim da meta, ao fim do túnel… pronto, vai tudo com o camandro e não se fala mais nisso.

Depois de tantas tentativas falhadas — porque o mundo já deveria ter acabado, no mínimo, sem exagero umas 123457787 vezes —, eis que o mundo vai finalmente chegar ao seu término e não há uma astróloga ou um bruxo qualquer que tenha a decência de nos avisar. Podemos até ver isto como uma espécie de “manguito” que o próprio mundo está a dar a essa malta que tem o dom de prever o futuro. “Ai vocês querer pregar ao mundo que o mundo vai deixar de ser mundo. Então agora o mundo só vai deixar de ser mundo quando eu, o shôr Mundo, quiser e vocês nem vão dar por nada. Muahahah!”

Existe uma inúmera data de profecias que antevêem o fim do mundo. Mas nenhuma delas tem acertado até agora. Era preciso um Zé Ninguém sem cabelo e caixa de óculos (ou seja, eu) chegar-se à frente, agarrar o touro pelos cornos e enfrentar a dura realidade: o fim do mundo vai ser este ano. Preparem-se. Façam aquilo que desejam fazer à muito tempo e que estavam a adiar, porque este ano é que vai ser.

Sou fiel possuidor de duas teorias; uma que explica o porquê de saber que o mundo vai terminar este ano, e uma outra que demonstra de que forma vai, de facto, terminar o mundo. A primeira teoria é bastante simples. Desde o ano passado que lutamos contra um amigo invisível, que está a dizimar uma boa parte da população. Começou pela faixa etária mais idosa e depois alastrou-se para as outras faixas etárias. Muita gente faleceu e muitas outras estão a falecer devido à Covid-19. Depois, o mundo achou por bem começar a limpar do planeta Terra os ícones, as estrelas, aqueles que eram idolatrados por milhões por todo o globo. E, agora, finalmente a peça que faltava para ter a certeza de que o fim do mundo está aí à porta: nevou intensamente no Alentejo. Posto isto, não necessito de mais provas — está tudo dito, e eu percebi perfeitamente a mensagem, ó shôr Mundo.

Agora, vamos à teoria de como é que vai terminar o mundo. Não vai ser uma espécie de Big-Bang, nem nada que se pareça. A pandemia tem a capacidade de limpar a humanidade da face da Terra, mas os animais estão, simplesmente, a ver passar o vírus por humanos e estão na boa. Na boínha mesmo. Nem é nada com eles. Por isso, está mais do que visto o que vai acontecer. Tal como no filme “Planeta dos Macacos”, os animais é que vão tomar conta do planeta e acabar com o resto da humanidade que sobreviver à Covid-19. Eu, pelo sim pelo não, já estou a encher todos os dias o bandulho ao meu hamster para que, quando o fim se der, ele reconhecer quem é que lhe encheu a pança e fez de tudo para que vivesse uma vida de lorde cá em casa. Com um pouco de sorte ainda vou ser eu a mandar no mundo… Muahahah!