5 Factos Que Talvez Não Saibam Sobre Rodrigo Leão

Rodrigo Leão, nome mítico da música portuguesa. Membro de duas bandas imortais da nossa história. Compositor exímio com inúmeras provas dadas. Porta-estandarte da música nacional, e de Portugal no seu todo de certa forma, além-fronteiras. Hoje falaremos dele, do seu percurso, de uns concertos muito especiais e de alguns factos que vocês talvez não saibam.

Comecemos pelo presente. Se nunca assistiram a um concerto de Rodrigo Leão vêm aí quatro oportunidades imperdíveis! Se são do norte do país memorizem estas datas: 7 e 8 de Novembro. Se são de Lisboa, ou arredores, memorizem antes estas: 9 e 10 de Novembro. Porquê? Porque nas primeiras duas Rodrigo Leão leva o espetáculo “Aniversário” ao Coliseu do Porto e nas restantes repete a dose, mas na capital. Por isso desta vez não têm desculpa para falhar estes concertos, ouviram?

Tempo agora para algumas curiosidades. Sim, porque esta crónica também é educativa! Depois de uma boa dose de pesquisa consegui recolher 5 factos que talvez não saibam sobre o Rodrigo Leão (exceto se forem verdadeiros fãs, daqueles que sabem todos os detalhes da sua vida e carreira, aí talvez não vos consiga apanhar desprevenidos…)!

  • O Seu Nome Completo

O Rodrigo é, e será sempre, Leão. Mas, como devem imaginar, o nome completo é mais extenso do que isto. Este é apenas o nome pelo qual se tornou conhecido artisticamente. Mas vamos por partes. Primeiro que tudo….Rodrigo Leão fazem parte do seu nome, não são nomes artísticos. Segundo: são apenas dois de cinco nomes que constam no seu Cartão de Cidadão.

É que a seguir ao Rodrigo temos “Costa”. E depois de Leão temos ainda “Muñoz” e “Miguez”. Agora de uma só vez: Rodrigo Costa Leão Muñoz Miguez. Até no nome este homem tem categoria, impressionante!

  • “Os Poetas”

Para o próximo facto é preciso viajarmos no tempo. Temos de regressar até 1997, ano em que Rodrigo Leão se juntou a Gabriel Gomes, Francisco Ribeiro e Margarida Araújo e criou o projeto “Os Poetas”.

Este autêntico “ovni” da música portuguesa (no bom sentido, obviamente) pegou num espólio incrível de gravações de poetas a dizerem os seus próprios poemas e…fez magia. Depois de intensos meses de composição, e muito trabalho, chegou “Entre Nós e as Palavras”, disco que provou o talento de Rodrigo Leão e ajudou a cimentar o de Francisco Ribeiro (ex-Madredeus) e Margarida Araújo.

O sucesso do projeto fez esgotar os álbuns e depois de muitos pedidos lá aconteceu o regresso. Em 2013 a equipa voltou, com novas composições e arranjos, reformulando o espetáculo que havia conquistado Portugal. Nessa nova vida houve a participação do actor Miguel Borges para dizer poemas e de Viviene Tupikova e Sandra Martins para completarem a formação ao vivo.

Ficaram curiosos? Então não percam tempo: sigam este link e oiçam tudo de uma só vez no Spotify. Não têm de quê!

  • “Equador”

Equador é, não só, um país, como também uma linha e ainda…uma série incrível que conquistou Portugal (série essa que foi baseada na obra original de Miguel Sousa Tavares com o mesmo nome).

Que a série foi um sucesso e conquistou público pelo mundo fora todos sabemos. Mas será que sabiam que a banda sonora foi, em parte, da autoria de…Rodrigo Leão? Ah pois é! Mas ele não este sozinho! A seu lado esteve Sérgio Godinho, outro dos grandes mestres da música portuguesa.

Rodrigo Leão criou quatro temas originais, Sérgio Godinho compôs outros sete, tendo sido ainda utilizados temas mais antigos, e já editados, por Rodrigo Leão. É caso para dizer: estamos sempre a aprender!

  • Bandas Sonoras

Algumas das maiores composições de Rodrigo Leão fizeram parte de bandas sonoras (acabámos de falar de um excelente exemplo disso mesmo). Contudo em Portugal muito boa gente apenas descobriu essa faceta depois do mega sucesso de bilheteira internacional “The Butler” (ou “O Mordomo” na tradução portuguesa). É, por isso, tempo de provar que tal não podia estar mais longe da verdade.

A primeira referência que encontrei neste capítulo foi de 1991, ano em que Rodrigo Leão integra o projeto “Um Passo, Outro Passo e Depois…”, para a RTP1.

Uma grande surpresa, até para mim, foi o facto de o nome de Rodrigo Leão constar na lista de músicas de uma das melhores séries de sempre. Qual? Nada mais, nada menos, do que “Os Sopranos”! O tema é “Tardes de Bolonha”, é instrumental, pertence aos Madredeus (mais concretamente ao álbum “Existir”, de 1990) e foi composto na sua totalidade por Rodrigo Leão!

Em 2007 integrou o documentário televisivo “Portugal, um Retrato Social”. Um ano depois chegou a curta-metragem “Castelos no Ar”. Entretanto acontece o já referido “Equador” (2008/2009) e o documentário “José e Pilar”, 2010, sobre a vida e obra de José Saramago.

Mas estava para chegar um dos melhores anos da sua carreira neste tópico: 2013. Porquê? Só nesse ano integrou a banda sonora de um dos filmes mais vistos de sempre em Portugal “Gaiola Dourada”, de um sucesso gigantesco de Hollywood, “O Mordomo”, da curta-metragem “Herculano” e ainda de “Njinga, Rainha de Angola”, grande produção angolana que estreou também nos cinemas brasileiros e lusitanos (mas já em 2014).

Nos últimos anos somou ainda projetos como o filme “100 Metros” (2016) ou o documentário “No Intenso Agora” (2017). E isto é apenas parte, se consultarem a página do IMDB do Rodrigo Leão encontrarão muitas mais referências!

  • Prémios e Distinções

Como não podia deixar de ser, um nome desta dimensão foi premiado mais do que uma vez ao longo da carreira. No ano 2000 venceu a categoria “Disco do Ano” dos Prémios DN+ com o álbum “Alma Mater”. No ano seguinte a Blitz entregou os Blitz 2000 e Rodrigo Leão venceu na categoria “Artista do Ano”, tendo sido ainda nomeado para “Álbum do Ano” (com o já referido “Alma Mater”) e “Canção do Ano” (com o tema “A Casa”).

Em 2002 o tema “A Casa” conquistou o prémio de “Melhor Videoclipe Português” no Festival de Cinema Fantasporto. E em 2005 a conceituada publicação norte-americana Billboard elegeu o disco “Cinema” como um dos dez melhores álbuns de 2004 (mais concretamente como o 2º melhor disco do ano).

Nos Globos de Ouro referentes a 2004 (cuja gala aconteceu já em 2005) triunfou na categoria “Melhor Interprete Individual”. Cinco anos depois repetiu a nomeação nos Globos de Ouro, exatamente na mesma categoria, mas viria a perder para Ana Moura. E em 2010 o seu disco “A Mãe” foi considerado o quinto melhor do ano pela prestigiada publicação francesa Les Inrockuptibles.

E em 2014 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, distinção que visa reconhecer a prestação de serviços relevantes a Portugal, no país ou no estrangeiro, ou serviços na expansão da cultura portuguesa, da sua história e dos seus valores.

Escusado será dizer que os filmes, séries, documentários e curtas-metragens em que participou receberam dezenas de prémios ao longo dos anos. Contudo, pela extensão da lista, centrei-me na carreira a solo, onde já conta com 6 Discos de Platina e 3 Discos de Ouro!

 

E então, sabiam todos estes factos sobre a vida e obra de Rodrigo Leão? Espero que tenha conseguido ensinar-vos nem que seja uma pequena curiosidade!

Termino como comecei: declarando que é impossível perder os próximos concertos de Rodrigo Leão no Porto e em Lisboa. A 7 e 8 de Novembro no Coliseu do Porto, e a 9 e 10 no Coliseu de Lisboa, sempre com o espectáculo “Aniversário”. Vemo-nos lá?

Viva o talento de Rodrigo Leão!
Viva a música portuguesa!