Os Melhores Jogos que Jogámos em 2018

Não há como negá-lo, 2018 foi um grande ano para quem gosta de aventuras virtuais, e embora o Ideias e Opiniões não possua qualquer parceria com empresas da área foi possível experimentar muitos dos lançamentos do ano através do saldo da carteira daquele que vos escreve.

Não há arrependimento de qualquer espécie, e esta lista prova que o investimento foi preciso, e certamente que valeu as centenas de horas destes jogos. Aqui ficam alguns dos jogos que marcaram este ano, e que certamente estão em muitas das listas por esse mundo fora. No fim, há também uma adenda sobre aqueles jogos que gostaríamos de ter jogado. Pela ordem de lançamento, ficam as nossas escolhas…

Civilization VI: Rise and Fall (8 de Fevereiro)

A expansão de Civilization IV (2016) pode não ser a que mais causou impacto em toda a franquia, mas introduziu dinâmicas suficientes para ressuscitar o nosso interesse. Novas civilizações baseadas em nações nunca antes exploradas criaram uma diversidade imensa num mundo onde a igualdade de oportunidades é bem patente, e a história de cada civilização é apenas relevante nas atribuição de passivas iniciais que nunca limitam o progresso do jogador.

Com a adaptabilidade característica juntou-se a existência da dinâmica das eras, que através do vários factores permite que em cada época o progresso de cada civilização seja analisado produzindo eras douradas ou as inesperadamente caóticas idades das trevas, que podem ser recompensadoras a longo prazo. O novo sistema de governadores dá um twist a cada cidade, embora não torne a experiência única o suficiente para justificar o mesmo. A nova dinâmica de pressão de fronteiras pode ditar uma nova maneira de conquistar cidades, descontentamento leva a revolta, e cidades fronteiriças e descontentes podem facilmente cair sobre pressão de civilizações mais fortes. Uma nova maneira de aplicar terror e forçar lealdades improváveis.

Estamos prontos para a nova expansão, Gathering Storm, torcendo para que a temática dos desastres naturais e o terramoto de 1755 traga os portugueses, sim porque o Filipe II de Espanha pode ter sido rei de Portugal mas soa-nos a pouco!

Kingdom Come: Deliverance (13 de Fevereiro)

Para alguns uma aventura old school de uma era perdida mas bem-vinda, para outros um amontoado de bugs e um ataque à diversidade devido ao seu exacerbado realismo. Parvoíces sectárias à parte, Kingdom Come é o regresso de um estilo de RPG popularizado por The Elder Scrolls. Não tem certamente a acessibilidade de Skyrim, mas relembra Morrowind em todo o sentido da palavra com a adição de alto realismo, com sistema de necessidades básicas e habilidades baseadas em conceitos reais.

Num mundo sem magia, a primeira incursão da Warhorse Studios não deixa de ter os seus problemas, e provavelmente agradará a um nicho especifico. No PC, é necessário ter um computador acima da média, na PS4 o pop up de texturas é evidente, no entanto, para quem ignorar o mau, pode tornar-se uma das experiências mais imersivas da actualidade. A Boémia do século XIV parece viva mas pouco acolhedora, no bom sentido da palavra. Tal como um RPG clássico, não dá a mão ao jogador em nenhum momento. As pequenas demandas podem parecer limitadas tendo em conta o realismo mas têm twists e resoluções que podem ser cativantes.

O sistema de combate divide opiniões, especialmente quando estão em causa vários inimigos. O sistema de lock não funciona apropriadamente nestas situações, e um jogador inexperiente acabará exactamente como acabaria na realidade, numa poça de sangue no chão. Despertou a nossa atenção, pode resultar em mais de um milhar de horas, e embora não seja perfeito, tem certamente o nosso aval, especialmente depois de alguns patches críticos.

God of War (20 de Abril)

A saga tão centrada na violência extrema e na acção e adrenalina dos momentos, voltou numa nova reencarnação, mais familiar em termos narrativos, mais complexa, e também mais experiente pela passagem dos anos, tanto para o protagonista como para todo o Santa Monica Studio.

A mudança para a câmara over the shoulder podia ser para muitos um retrocesso, mas rapidamente convenceu os jogadores. O que faz God of War uma franquia única continua bem patente, isso revela-se nas armas e poderes que mantêm a sua progressão clássica, juntando também equipamento e loot característicos de um RPG. A mudança de câmara torna a matança mais espectacular, e o ambiente nórdico quebra a dinâmica clássica da série. Cheio de cor e mundos por explorar, não é um open world, mas tem uma noção de escala e oportunidade de descoberta que fazem a diferença.

Tem também um dos mais úteis side-kicks na história dos jogos. O filho de Kratos, Atreus, complementa as habilidade do pai, e pode ser fundamental na sobrevivência do protagonista. O fim da excelente e premiada narrativa é apenas o começo, os desafios continuam com bosses escondidos, desafios mais variados, e as dores de cabeça do derradeiro boss final, a Rainha das Valquírias, que certamente contribuirá para muitas quedas “acidentais” do DualShock 4.

Se isso não for suficiente, o New Game Plus duplica a diversão. Um dos jogos do ano, sem qualquer dúvida!

World of Warcraft: Battle for Azeroth (14 de Agosto)

Para os fãs do MMO de subscrição, World of Warcraft é presença quase obrigatória. Legion funcionou como um regresso à boa forma, e embora seja improvável que regresse à grande glória de Wrath of the Lich KingBattle for Azeroth parece ser uma jogada segura, muito parecida com o  seu antecessor, com conteúdo dinâmico diário, e progressão ligada a vários sistemas e conteúdo em constante desenvolvimento.

O novo sistema de azerite replica o artifact power, e tenta dissimular a natureza grindy do antecessor, introduzindo passivas na mesma medida. É inegável que as melhorias gráficas não escondem na totalidade a idade do motor de jogo, no entanto, é de louvar o quanto foi atingido no seu desenvolvimento. Battle for Azeroth centra-se no presente, e na eterna luta de poder entre Horde e Alliance, agora que a Legion foi destruída. A narrativa é por isso mais centrada nas facções como um todo, enquanto Legion se centrou na progressão e no esforço das diversas classes jogáveis. A história de cada jogador não é tão pessoal, mas com ela surgem oportunidades em grande escala. Resta saber o que reserva a próxima grande injecção de conteúdo em Janeiro, com uma nova raid.

A nota de curiosidade, os jogadores terão também a oportunidade de voltar a Classic em 2019, sendo lançada uma versão primordial do jogo, envolta em demasiada nostalgia, com gráficos de 2004 e sem todas as expansões que marcaram a progressão de WoW. Resta saber que recepção terá, e o que o futuro reserva a um videojogo com 14 anos…

Spider-Man (7 de Setembro)

Já falamos sobre Spider-Man, e não há como negá-lo, é talvez a derradeira experiência de super-heróis, par a par com a série de Arkham, de Batman. A história tem o seu toque pessoal, e é perfeitamente possível acompanhá-la sem qualquer auxilio externo, explorando o Homem-Aranha e Peter Parker, não se comprometendo em demasia com o passado, dispensando uma história de origem, e pensando no futuro.

A Insomniac Games criou um colosso em constante expansão, que poderá cimentar a sua conta financeira por alguns e grandiosos anos. O combate é espectacularmente fluido, e a cidade é uma façanha gráfica cheia de actividades e coleccionáveis. Há um certo grau de repetição nestas pequenas demandas, e os verdadeiros coleccionadores têm muitas horas pela frente, no entanto, a influência de outros jogos e a nostalgia do velhinho Spider-Man 2 para a PlayStation 2 trouxeram uma aventura há muito esperada. Os DLCs têm introduzido doses de conteúdo que expandem a história, e resta saber o que 2019 trará…

Assassin’s Creed: Odyssey (5 de Outubro)

Um dos melhores jogos de 2018, e certamente um dos melhores da franquia. Também foi analisado aqui, e depois de quase 100 horas de jogo são evidentes as qualidades e a liberdade que Odyssey representa. A historia de Kassandra e Alexios é cativante, as quests secundárias deixam alguma margem para a experimentação, e todas as dinâmicas que movimentam o mundo colam toda a experiência numa coesão que continua a grande mudança provocada por Origins.

Para quem gostas de RPGs tem aqui um buffet de possibilidades de uma nova geração pós-The Witcher 3: Wild Hunt. O mundo é vibrante, à espera de ser explorado, e embora tudo seja baseado em loot, as possibilidades são infindáveis. Todas as semanas há novos desafios e collectibles, e o primeiro DLC pago, com cerca de 4 horas de duração mostra mais uma vez que a Grécia Antiga é uma visita obrigatória que continuará em 2019.

Red Dead Redemption 2 (26 de Outubro)

Sim, também foi alvo da nossa análise, e recebeu o nosso primeiro 10/10. Esta cotação não é dada livremente, Red Dead Redemption 2 é uma obra de arte, que nos seus campos de ninguém, da selva à neve, representa o que melhor se produziu nesta geração.

A história é enorme e da melhor escrita alguma vez executada, a liberdade é imensa, e consegue tudo isto sem se tornar num RPG, mantendo a formula Rockstar de GTA VRed Dead Online deve ser visto como uma experiência à parte, que certamente deixa muito a desejar em termos de formulação de economia, mas também de conteúdo. É a mestria do jogo a solo que deve ser degustada e experimentada lentamente, desfrutando de todas as actividades possíveis, e tirando as pequenas pausas para caçar e pescar, e viver a verdadeira experiência do Wild West. Obrigatório!

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Em nota de rodapé, gostávamos ter experimentado os jogos Celeste (25 de Janeiro), Monster Hunter World (26 de Janeiro), e Thronebreaker: The Witcher Tales (23 de Outubro). Não foi possível, mas temos total confiança pela ovação da crítica.

Como possível interesse em 2019, destacamos aventuras como Cyberpunk 2077, The Outer Worlds, Anthem e Doom Eternal aguardados com grande expectativa. O próximo ano será decisivo para a definição da nova geração, e por isso estaremos atentos, de comando ou teclado e rato na mão aos jogos que aí vêm!

Votos de feliz 2019, cheio de felicidade e liberdade!