Até onde vai a malvadez humana?

Como será possível que tenhamos descido assim tanto como humanidade?

Ora aqui está uma pergunta que não tenho como responder. Pode-se tentar arranjar mil e uma desculpas, mas todas elas acabam por soar demasiado esfarrapadas. As redes sociais ajudam a destilar o ódio que existe escondido num lugar muito sombrio do ser humano, mas como é que se permitiu que um mundo fictício — online — conseguisse influenciar tanto o mundo real em que todos vivemos. Como é possível que o ser humano se deixe ludibriar por um mundo tão mau, interesseiro, egoísta e até racista que prolifera nas redes sociais. Não deveríamos ser todos um pouco mais inteligentes — visto que todos possuímos um cérebro — e termos a percepção do que é real e do que é falso, irreal. Pelos vistos, não. Existe um mito urbano que afirma que todos usamos apenas 10% do cérebro, e apesar de isso já ter sido desmentido e provado cientificamente que usamos a totalidade do cérebro, sou levado a crer que, muito provavelmente, até nem se trata de um mito urbano e existem pessoas que optam por usar apenas 5% do cérebro — o que é uma pena para toda a humanidade.

Lembro-me de há uns anos atrás — talvez até esteja a sonhar e isto nunca aconteceu porque parece tão surreal nos dias que correm — as pessoas terem mais vergonha de certas atitudes que tinham. Hoje em dia, as coisas são totalmente diferentes e vergonha é coisa que não impera. Isto porque a maldade reina em todo o lado. Fazem-se coisas hoje em dia que me fazem sentir envergonhado só de pensar que elas acontecem. Se existe um Deus quando toda esta viagem terminar, irei passar por ele cabisbaixo e sem proferir uma palavra que seja. Hoje matam-se pessoas por nada e até por um pequeno pedaço de ar. E tudo é levado com uma leviandade natural que me faz sentir assustado. O que será das gerações futuras. Será que o mundo vai-se tornar numa distopia onde irá imperar a malvadez num sistema opressivo onde só o mais forte sobreviverá? É triste pensar que os recursos que estão à mercê da humanidade servirão apenas para o mal e muito pouquíssimo para o bem. O planeta está a morrer a cada dia que passa e as pessoas preocupam-se em apenas maltratarem-se umas às outras.

Surgem guerras num século onde todos deviam, isso sim, estar unidos contra um mal comum: as alterações climáticas. Guerras essas que têm todos um denominador comum — o poder. Todos querem o poder. Todos querem ser os melhores e ter muito mais do que o outro, e é isso que tem levado cada vez mais à alimentação do mal e à sua proliferação entre povos.

Tenho pena de todos aqueles que, assim como eu, apenas querem viver uma vida pacata, sem muitas loucuras, com a perfeita consciência que a vida é curta e que temos de aproveitar o que de melhor ela tem para nos oferecer. Tenho cada vez mais dificuldade em lidar com seres humanos e começo mesmo a recear que, mais dia, menos dia irei começar a evitar todas aquelas pessoas que simplesmente não tenham a mesma ideologia de vida que eu. Não sei lidar com injustiça social e muito menos com o chico-espertismo de quem se acha melhor que todos os outros e ache esse comportamento normal.

Convinha as pessoas pararem um pouco para pensar que, no final de toda esta viagem, somos todos iguais e vamos todos ter o mesmo fim trágico — a morte. Era começarem simplesmente a viver sem olhar para o vizinho do lado. Mas, claro, para isso acontecer as redes sociais teriam de desaparecer, o que, para certas pessoas, isso sim seria viver num mundo distopico. E isso é que seria o fim do mundo, não era?

Pois…