A Nostalgia do Dia Mundial da Criança

Dia Mundial da Criança, 1 de Junho.

Pois é, chegamos aquele dia que todos adorámos em criança, no meu caso, em criança gostava tanto que achava que era feriado. Não estou a brincar, para mim era feriado! E fiquei muito desiludido quando cresci e percebi que no mundo dos adultos é só mais um dia normal, em que a sua criança interior fica presa, devido ao imenso trabalho de escritório que se acumula. É mais um dia, em que temos de responder a e-mails, antender telefonemas e fazer tudo aquilo que fazemos nos outros dias.

Contudo, as crianças hoje em dia, não têm tanta sorte como nós e esta crónica é especificamente para elas, quer dizer…para os seus pais. Sim o/a caro/a leitor que está a ler isto neste momento! Mas há um senão. No fim, tem de ler isto, ou contar a sua versão, ao seu filho/a, sobrinho/a, primo/a ou afilhado/a. Tem é de ser de forma nostálgica, de modo a que, no fim, ele/a fique com um sorriso na boca e a querer experimentar aquilo. Combinado? Espero que isso seja um sim! Vamos a isto então!

kids_playing_outsideSe tem uma criança a seu cargo, ou já teve, nem que fosse por uns minutos, já deve ter reparado que, hoje em dia, a maneira de educar, mas acima de tudo de entreter uma criança é dar-lhe um smartphone ou tablet para a mão, de modo a que não haja birras, ou para quanto mais não seja, ter uns minutos de sossego. Todo o adulto com uma criança a cargo tem de descansar, de vez em quando. Porém, é pena que, hoje em dia não haja aquela cultura de brincar que vivemos até há bem pouco tempo. A imaginação faz parte da nossa vida infantil! A evolução fez com que coisas como brincar na rua, fazer hula hoop, brincar com os Action Mans, Barbies, Pinipons, se tornassem mais raras. Hoje em dia, nos tempos livres é mais jogar PlayStation, Xbox, consolas no geral, videojogos, jogos do Smarphone e é isso, não há muito mais que as crianças façam.

O que é feito de brincar com os legos? Ah os Legos! A nostalgia! E os Playmobils? E os carrinhos com o qual fazíamos de tudo uma estrada? Não havia maior engenheiro civil, que nós quando éramos crianças e felizmente, ainda temos aí muitos engenheiros de palmo e meio! E isso é algo que me faz esboçar um sorriso.

E quem diz engenheiros de palmo e meio, diz também, os nossos pequenos Schumacher’s e Senna’s. Não havia ninguém capaz de rivalizar com os grandes nomes da Formula 1 como nós, quer fosse nos carrinhos de pedais, rolamentos ou mesmo telecomandados. Velocidades estonteantes, que se fosse ao volante de um carro iríamos certamente presos, pelo menos era assim que víamos as coisas e não havia nada melhor que isso. Ah, a nostalgia!

Com os nossos Action Man’s e Barbie’s construíamos as nossas histórias, éramos tão bons que merecíamos levar um Óscar de melhor argumento original e quando não eram histórias originais, eram argumentos adaptados de algum filme, como o Rei Leão, o Livro da Selva, ou o Aladino. E fazíamos um brilharete. Pelo menos nas nossas cabeças e era isso que valia.

Actualmente, com o Facebook e os jogos do mesmo, bem como as outras redes sociais, perdeu-se como eu disse anteriormente, a mística da imaginação. Era como se fosse magia, lembro-me bem de estar no quarto e do nada, ter logo inventado uma rivalidade entre dois Action Man e de usar as pequenas palavras em inglês que sabia, derivado do Cartoon Network e inclusivamente pegar no meu desenho animado do canal, o Samurai Jack e dar o nome dele a um dos bonecos, para tornar a coisa ainda mais dinâmica. E depois usava as barbies e até, pasme-se caro/a leitor/a, uma boneca da Pocahontas da minha irmã, depois de ter barbaramente cortado o cabelo à mesma, como namoradas dos meus bonecos.

Outra das coisas que eu fazia, de modo a dar maior autenticidade à brincadeira era usar uma caneta/esferográfica e pintar as caras e os braços dos bonecos, assim era mais realístico. Afinal se andavam à pancada tinham de ter mazelas. Se eu, só de brincar, jogar à bola ou algo do género me aleijava às vezes, porque é que os bonecos não haviam também de se magoar e de ter feridas?? E o/a caro/a leitor pergunta, “então, mas depois de fazeres isso, eles ficavam sempre com a pintura. Como é que resolvias isso?”. Muito fácil…. Ora, nas brincadeiras dizia que, fulano tal tinha andado à batatada com o outro e por isso, ainda estava a recuperar. Quando somos pequenos há uma capacidade de improviso e de desenrascanço brutal. É a nostalgia a funcionar neste momento.

maxresdefault

Mas vamos aqueles objectos do antigamente, sabem, aqueles que na nossa infância já eram do antigamente, bom, pelo menos alguns destes, na minha já eram. Os telefones de discar, as disquetes, os cd’s, a TV com botões, a TV de antena, mas isso é outra coisa, são os objectos que ficam no passado. Em alguns casos um passado mais recente, noutros um passado mais longínquo. E isto é algo que os nossos engenheiros de palmo e meio, que constroem as suas torres de Jenga ou ainda de Legos, já não têm o gosto de ver, a não ser que visitem museus.

Por falar em museus, caro/a leitor/a não se esqueça que tem de levar os seus filhos, primos, sobrinhos, afilhados aos museus de vez em quando! Dar-lhes um pouquinho de cultura, sabe. Mesmo que eles não liguem nenhuma aquilo e que queiram é ir brincar, diga-lhes que faz parte dos objectos ou de memórias que eles vão ter no futuro e que vão gostar. E por favor, não se esqueça de lhes mostrar o filme “Regresso ao Futuro”, vão ficar loucos, mas isto é mais para crianças de idades mais avançadas, tipo de 7/8 anos para cima.

Continuando com a nostalgia que nos traz a esta crónica, deixo a sugestão de ver muitos filmes antigos, sobretudo os da Disney. E se possível mostre-lhes as versões em que viu, ou seja, na linguagem que viu o filme, ou que se lembra de ter visto o filme, mesmo que tenha sido em Português do Brasil. Eu ainda me lembro de ouvir a voz do Mogli e do Balu, do Livro da Selva, a cantarem o “Necessário” em “brasileiro”. E quem diz o necessário diz o “A Vida que um Gato tem”, dos Aristogatos…. [Pausa para ir ouvir as músicas]…. Desculpe, mas teve mesmo de ser. Porém e puxando a brasa ao meu carapau (sim, eu sei que é sardinha, mas eu gosto mais de carapaus) pode ir ler a crónica das músicas dos filmes de animação aqui. Para mim, o Dia Mundial da Criança é sinónimo de vários filmes de animação, mas se tivesse de destacar um em especial , seria o “Toy Story” e acho que se percebe bem porquê. A história dos brinquedos ganharem vida é o sonho de qualquer criança! É um filme dirigido para todas as idades e levante-se aquele/a que não se emocionou no fim do terceiro filme…… Ainda bem que ficaram todos sentados! Era esse o objectivo!

Concluo esta crónica deixando um apelo: recorde, emocione-se, envolva-se nas brincadeiras das crianças, viva e solte a criança que há em si! Só assim, podemos ser felizes e podemos estar de bem com a vida. Não é todos os dias que se celebra este dia dedicado especialmente às crianças e à recordação das memórias de criança, no caso dos mais velhos.

Para finalizar, deixo a música que faz até o maior calmeirão ficar sentimental….