O cão de fila ladra mas a caravana passa

No outro dia, em Moreira de Cónegos, ladrou alto o cão de fila do presidente Pinto da Costa, tão alto que impediu de ouvir a voz da razão que aconselharia à calma, evitando uma agressão bárbara ao repórter de imagem da TVI que no local à saída do estádio cumpria a sua tarefa de informar.

Dirão uns que o FC Porto está isento de responsabilidades e é alheio à culpa. Dirão outros que não. Uns considerando que o agressor integrava a comitiva portista que se deslocou ao estádio, sem o que não teria podido assistir de camarote ao jogo, beneficiando de integrar o lote restrito das sete personalidades por quem, através dos convites fornecidos pela Liga, Pinto da Costa se pode fazer acompanhar. Outros, achando que pelos atos irreflectidos dum cão, dum cão de fila como este, devemos sempre responsabilizar o dono, neste caso, o presidente portista a quem antes de sair com o seu à rua, não custaria verificar se levava a trela posta e usava corretamente o açaime.

Quem gosta de futebol, hoje alarmou-se com a notícia de mais uma agressão a jornalistas, desta vez por parte de um sujeito do tamanho de um urso, mas com modos de primata e pelos vistos cérebro de caracol. Quis ladrar mais alto que um pastor alemão, ainda uivou qual cadela no cio, mas acabou por afastar-se levado acompanhado pela GNR qual caniche saindo de cena de rabinho enfiado entre as pernas. Uma agressão feita nas barbas de Pinto da Costa, tão insolente que se fosse julgado por fanfarronice, havia de estar em Évora o dobro do tempo que que lá passou detido José Sócrates. Gente desta estirpe devia ser banida do futebol ou simplesmente arrastada pelo vento para longe, qual folha caduca duma macieira de tão má índole que nos obriga a comer a fruta tocada.

Felizmente os cães de fila ladram mas a caravana passa. A caravana da volta, da segunda volta do campeonato que de etapa em etapa seguei inexoravelmente em direção à meta, sabendo que dentro de poucas jornadas há-de dar a conhecer ao povo um novo campeão em título, que não há-de ter azul nem o equipamento alternativo e que se houver justiça se há-de chamar tendo por lema esforço, dedicação, devoção e glória: Sporting Clube de Portugal.