Star Trek: A Geração Original

Espaço, a fronteira final. Estas são as viagens da nave Enterprise. Cinco anos em missão para explorar novos e estranhos mundos, para encontrar nova vida e nova civilização, e para ir onde nenhum Homem alguma vez foi. 

Só pela frase que começa cada episódio sabemos que estamos na presença de um pilar da TV americana e mundial. Star Trek tornou-se uma das séries de ficção científica mais avant-garde de todos os tempos, subindo a um pódio difícil de contestar. Passados quase 51 anos do seu primeiro episódio, há uma nova série na calha, Star Trek: Discovery, que se passará 10 anos antes da série original, e que se juntará às seis series e aos treze filmes já existentes. A série criada pelo falecido Gene Roddenberry já passou por muitos desafios, e durante cinco décadas teve os seus altos e baixos com momentos televisivos que se tornaram fenómenos de culto, e incursões na Sétima Arte que nunca atingiram a popularidade de outras franquias, como Star Wars.

A divisão e a luta entre fãs de Star Wars e Star Trek é horrivelmente infundada, até porque é possível gostar de ambos sem prejudicar nenhuma das partes. Star Wars é um análise aos mitos ancestrais e à fantasia, Star Trek é uma análise ao nosso futuro como espécie, num universo cheio de desafios, mas com problemas muito complexos  e familiares, que são abordados com o recurso a analogias em todos os episódios.

Esta crónica é uma análise à primeira geração de exploradores espaciais, uma geração que deixou a marca na história da TV, e que sobreviveu até hoje! Não vamos contabilizar os três filmes que serviram como continuação e remake, e que começaram com assinatura de J.J. Abrams, porque precisam de um espaço e crónica própria!

A importância, a imaginação e o legado da tripulação do Capitão Kirk, aqui no Ideias e Opiniões

Star Trek: A Série Original (1966-1969)

Star Trek daria para um filme só pelo trabalho que deu na sua produção e posterior chegada à televisão. Gene Roddenberry tinha já uma grande experiência como guionista, fazendo disso a sua profissão a tempo inteiro depois de começar a ser solicitado para várias produções americanas. Em 1963, surge como criador da sua primeira série, The Lieutenant. A mesma não sobreviveria à primeira temporada e, por isso, o criador e escritor já planeava a sua próxima incursão televisiva. O projecto intitulado de Star Trek, foi vendido usando um género que estava em voga ainda nos anos 60. Seria um western no espaço, ao estilo Wagon Train, uma série popular no final dos anos 50 e inícios de 60, com uma estrutura narrativa que seria também semelhante ao projecto de Roddenberry. Algumas produtoras rejeitaram o projecto, outras deram luz verde em primeira instância e depois desistiram, e outras ainda organizaram reuniões com Roddenberry apenas para procurar ideias para os seus próprios shows de ficção cientifica, como foi o caso de Lost in Space de Irwin Allen. 

Finalmente, a NBC deu 20 mil dólares a Gene Roddenberry para idealizar alguns guiões de teste para Star Trek. Para o primeiro piloto, The Cage, foram facultados 452 mil dólares. Infelizmente, o episódio não foi bem recebido pela produtora, sendo catalogado como demasiado “cerebral”. Esta primeira incursão pela televisão não tinha ainda todas as personagens que fariam parta da série de culto, mas duas passaram para o segundo piloto, Leonard Nimoy como Spock, e Majel Barrett como Enfermeira Chapel. The Cage não se perdeu no tempo como outros pilotos televisivos, uma vez que foi reutilizado na série original de maneira sublime, e a narrativa inserida no universo da série, onze anos antes dos acontecimentos da mesma.

O pedido para um segundo piloto pela parte da NBC surge porque compreenderam que a falta de sucesso se prendia à escolha do guião. Com isto, é filmado Where No Man Has Gone Before. E a partir daqui é história televisiva. Gene Roddenberry vai buscar actores que já tinham trabalhado com ele  e, por isso, surge William Shatner como Capitão James T. Kirk e DeForest Kelley como Dr. Leonard “Bones” McCoy. Muitos deles tinham aparecido também numa outra série de culto, The Twilight Zone, e esta série histórica partilha com Star Trek quatro escritores e produtores. Ambas exploram a condição humana e temas sensíveis para o público, de uma forma bastante avançada para o seu tempo. E claro, ambas têm a sua dose de criaturas e situações estranhas que revelam bem os cérebros que as precedem.  

A tripulação da USS Enterprise sobreviveu durante três temporadas na televisão, infelizmente ou felizmente, foi cancelada em 1969 depois de uma última temporada que peca por alguma inferioridade face às anteriores. No entanto, os três anos foram suficientes para criar uma legião de fãs que tudo fizeram para que nunca saísse do ar. Mas o que tornava Star Trek tão especial?

A estrutura dos episódios da geração original de Star Trek apela, talvez, involuntariamente, a um público casual. Perder um episódio é totalmente despreocupante, cada missão é completamente diferente, e a evolução das personagens é quase nula. De tempos a tempos, um episódio refere uma situação em particular num outro, mas é tão subtil e irrelevante que podemos quase dizer que é possível começar do último episódio da terceira temporada e ver até ao início da primeira sem que exista qualquer falha de compreensão. No único episódio todas as situações são resolvidas, mesmo quando muitas delas poderiam ser altamente relevantes e ocupar toda uma temporada.

Embora seja fácil acompanhar a série, é mesmo o conteúdo que a coloca à frente do seu tempo. Para contextualizar, em 1966 a pena de morte por guilhotina em França ainda era um método válido e só seria banido depois da última execução, em 1977! No entanto, Star Trek já falava abertamente sobre como a Humanidade tinha banido a pena de morte, tecendo considerações avant-garde sobre a sua não aplicação. Sobre racismo e xenofobia, há também muito a dizer! A tripulação de Kirk é um dos grandes exemplos de multiculturalismo nos anos 60. Sulu (George Takei) e Uhura (Nichelle Nichols) trouxeram à série um grande respeito pela diversidade e assumiram um papel de porta estandarte para um grupo enorme de pessoas. Star Trek é conhecido pelo seu primeiro beijo multicultural televisivo entre William Shatner e Nichelle Nichols, e isso é dizer algo sobre o racismo nos EUA. A série foi para o ar apenas 3 anos depois do famoso discurso de Martin Luther King, I Have a Dream, e no fantasma de uma América racista, que ainda hoje tem repercussões, o avanço de uma take tão simples é astronómico. Já Sulu, é o porta estandarte para o reconhecimento da população asiática ocidental, sendo que o actor George Takei esteve preso num campo americano durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua nacionalidade japonesa. Relembremo-nos que em 1966, apenas vinte e dois anos tinham passado do fim da guerra.   

E se o elenco é um testemunho de mudança, também o conteúdo dos episódios tem raízes históricas profundas. Em 1966, a Guerra Fria é uma realidade, e o eminente apocalipse nuclear fica bem impresso na visão histórica que Star Trek traça para um futuro próximo. Nos anos 90, previa-se uma guerra entre humanos, uns geneticamente modificados e liderados por Khan Noonien Singh. Nos anos 50 do século XXI, a Terceira Guerra Mundial levaria ao apocalipse nuclear sem precedentes. No entanto, o futuro idealizado previa também uma nova era para a Humanidade, que depois de todos os percalços se uniria numa única bandeira, explorando onde nenhum homem teria ido até então.

Chekov (Walter Koenig) é um membro da tripulação de origem russa, que serve como testemunho de que a terra ultrapassará os seus problemas, e que demonstra que as duas nações e o seu conflito serão irrelevantes no século XXIII. Mesmo com todos os acidentes provocados pela cobiça humana, haverá paz e uma nova era de compreensão. Muitas vezes a tripulação de Kirk encontra civilizações que espelham a Humanidade e os seus erros, e isso reflecte-se nas grandes questões que assombravam a Terra nos anos 60. Por exemplo, no episódio Let That Be Your Last Battlefield, na terceira temporada, que retrata a guerra desmedida entre dois aliens que têm metade da cara branca e a outra preta, odiando-se mutuamente porque as cores da sua face estão trocadas e isso representa dois grupos distintos. Esta é uma mensagem sobre as futilidades que regem o racismo e servem para separar pessoas sem qualquer sentido.

Outros episódios, surpreendentemente, teorizam a existência de aliens responsáveis pelo avanço civilizacional da Humanidade e pelas suas crenças. O episódio Who Mourns for Adonais?, da segunda temporada, introduz uma entidade que afirma ser o deus grego Apolo. A tripulação teoriza que esta entidade é de facto um alien, que através dos seus poderes se tornou uma divindade terrestre. Tudo isto antes do canal História fazer disto a sua principal fonte de conteúdos.

Desde questões raciais, realidades paralelas e hippies espaciais, tudo é possível em Star Trek, com a sua dose de Twilight Zone, um componente que leva a uma acid trip pelos finais da década de 60. Nazis espaciais, temos! Civilizações que fizeram de um livro sobre gangsters a sua Bíblia, também temos! A série está sempre a reinventar-se até à terceira temporada, em que quase tudo parece começar a replicar ideias anteriores. O problemas de muitas séries hoje em dia!

Mas lançar questões pertinentes, que diferem a cada episódio, não chega, o elenco é importante, e as suas personalidade são uma das grandes mais valias. Embora o vulcan Spock seja importante pela sua negação de emoções humanas, e Kirk seja o líder natural, outros se destacam pelo humor e pela personalidade que empregam nas narrativas. É impossível pensar na série da mesma maneira sem analisar o contributo de Dr. Leonard “Bones” McCoy, interpretado pelo lendário DeForest Kelley, outra das personagens icónicas que por vezes vive na sombra de Kirk e Spock. As suas picardias filosóficas com Spock, e o seu sentido de humor mesmo na face da morte, catapultaram-no para um lugar de culto de tal forma icónico que o actor nunca mais foi reconhecido pelo seu trabalho anterior como estrela de westerns, e em pouco participou até ao final da sua vida fora de Star Trek. E se há de facto personagem que merece todo o louvor, é “Bones”, porque ninguém diz: “He’s dead Jim!“, como Dr. McCoy.  

Já Scotty, interpretado por James Doohan, é talvez uma das personagens mais importantes para o bom funcionamento da USS Enterprise e traz consigo o sotaque carregado da Escócia. É também uma das personagens mais afáveis e o comic relief incontestável.  

Importante também será falar das personagens femininas, personagens importantes para a televisão dos anos 60 mas ainda limitadas pela falta da emancipação feminina na televisão e no mundo, que ainda hoje se recente no mundo artístico. Star Trek estava a frente do seu tempo, a tripulação feminina da USS Enterprise é numerosa, quando analisadas as cenas onde a tripulação de figurantes é introduzida. Uhura é a única mulher que tem funções fixas no centro de comando da nave. O resto das personagens femininas introduzidas nos episódios são maioritariamente ensigns, um grau militar inferior a de tenente, ou cientistas com um fraquinho pelos vilões. O guarda-roupa é também altamente sugestivo, e pouco prático para aventuras espaciais. Quando se trata de mulheres fora da tripulação, muitos episódios parecem servir para introduzir pares românticos para membros específicos da tripulação, mas que rapidamente morrem ou traem as personagens principais. Numa coisa Star Trek acerta, muitas personagens femininas são independentes, têm uma agenda e usam o seu charme para ludibriar a tripulação masculina, e nesse aspecto há um mérito a assinalar, mesmo quando o pensamento dos seus criadores é claramente muito à frente, está ainda preso aos anos 60. Não vale a pena relativizar com 2017, Star Trek estava milhas à frente da concorrência em termos de representação de género!

A geração original de Star Trek acabou em 1969, e só voltaria depois do sucesso do seu rival. E aqui começa uma história que certamente deveria acabar com o ódio infundado das duas franquias. Se Star Wars surgiu depois de Star Trek ter aberto o palco para uma geração nova de ficção cientifica, o sucesso de George Lucas acabou por convencer produtores a aceitar uma nova incursão para as ideias de Roddenberry. Assim começa a aventura cinematográfica atribulada para a Enterprise…

Star Trek: A Aventura Cinematográfica (1979-1991)

A transição de Star Trek para o grande ecrã não começou com o pé direito, e sofrerá oscilações dignas de uma nave que enfrenta todo o poderio dos Klingons. Star Trek: The Motion Picture, ou o Caminho das Estrelas, é um alienismo no meio da franquia. 10 anos depois da saída de cena da série, mas quinze na verdadeira linha de tempo, introduz um visual aeroespacial bastante influenciado pela exploração espacial e pela chegada à Lua em 1969, exactamente no ano de cancelamento da série. O resultado é cerebral, é estranho, e estando em concorrência directa contra o fenómeno Star Wars acabou por usufruir de um efeito contrário ao pretendido. Até o enredo, baseado numa entidade colossal que se dirige à Terra, com um pequeno grande twist no final, era tudo menos o que seria esperado de uma aventura galáctica da Enterprise. A claustrofobia da nave, a ambiência aeroespacial de finais dos anos 70, a falta de um vilão como uma face concreta acabaram por tirar valor ao regresso da tripulação, mesmo quando o grau de nostalgia era elevado e bem-vindo.

Star Trek II: The Wrath of Khan (1982) é considerado o melhor filme da saga, especialmente porque é um reencontro de Kirk com uma personagem introduzida na primeira temporada, um vilão com uma face, e com toda a mestria de quem o interpreta, Ricardo Montalban. Khan Noonien Singh, é uma das personagens mais icónicas de Star Trek e será também aquele que contribuirá para um dos pontos mais arrojados de todo o enredo da franquia. A morte de Spock é talvez um dos momentos mais emocionantes da saga, e será devidamente destroçado pelo próprio actor, Leonard Nimoy, que interpreta o Vulcan e realiza os dois filmes seguintes, embora tudo já estivesse planeado de antemão, à mercê dos espectadores. Peço desculpa mas não podia passar ao próximo sem gritar em plenos pulmões: KHAAAAAN!!!!

Star Trek III: The Search for Spock (1984) é uma continuação directa e, como o título indica, é algo que faria George R.R. Martin ficar completamente passado! O regresso de Spock estava claramente planeado, mas a sua execução em filme traduz-se numa das entradas mais moderadas da saga. É preciso, no entanto, fazer uma menção de honra a Christopher Lloyd, o eterno Doc Brown de Regresso ao Futuro, que no filme assume o papel de Commander Kruge, um vilão estranho mas pouco explorado, que serve apenas um propósito, incutir mais dor a Kirk. A ressuscitação de Spock acaba por invalidar o momento emocionante do filme anterior, mas por outro lado, é uma personagem demasiado icónica para desaparecer assim.

Agora, Star Trek IV: The Voyage Home (1986), precisamos de falar! A história do filme é ridícula e, provavelmente parte da vertente ambientalista de Leonard Nimoy, que mais uma vez assina a realização e o argumento. Embora viagens no tempo já tenham ocorrido nos episódios da série, o filme conta a história de uma nova invasão misteriosa contra a terra, que só pode ser parada usando um grito de orca, animal extinto no século XXIII. A tripulação usa assim o Sol para voltar atrás no tempo e salvar a sua espécie e claro, cetáceos, no anos 80 do do século XX! A plot tem uma mensagem ambiental pertinente mas não concretiza. O humor é bastante aperfeiçoado no choque de culturas, mas tudo se perde entre teorias estranhas e claro, a ausência de um vilão devidamente identificável.

Em 1987, surge Star Trek: The Next Generation, a aventura volta a televisão num outro período temporal (que abordarei noutra ocasião), mas a geração de Kirk e Spock continuará a ocupar o grande ecrã por mais uns anos.

William Shatner, o eterno Kirk, decide realizar Star Trek V: The Final Frontier (1989), o que para muitos é o pior filme da série. Devo, no entanto, dizer que o ódio é as vezes incompreendido, embora compreenda que alguns momentos de humor são estranhos, e a história se movimente numa espiral sem nexo, que embora se debruce sobre o grande tema, a religião, falha em tornar-se credível. A existência de um irmão de Spock, Sybok (Laurence Luckinbill), é um pouco forçada e não natural, mas facilmente ultrapassável.  São, na verdade, os efeitos especiais que realmente estão demasiado desactualizados para 1989, mas há algum brilhantismo nas inspirações visuais, como o planeta Nimbus III, que parece beber um pouco de Mad Max. É um filme descontraído, com diálogos que ajudam a construir muitas das amizades de uma forma que a saga ainda não tinha explorado e, com uma estrutura que podia muito bem ser remanescente da série original em dimensões que tinham ainda falhado. Relembra em parte a história do episódio já falado de Who Mourns for Adonais?, e tem uma natureza filosófica bastante acentuada. 

O último filme da geração de William Shatner, Leonard Nimoy e DeForest Kelley, é Star Trek VI: The Undiscovered Country (1991), e é mais uma aventura galáctica em jeito de episódio, com Christopher Plummer a servir do vilão Klingon, General Chang. A intriga parece abrir um precedente para o conflito que tinha começado na série entre os humanos e os Klingons e estabelecer alguns dos fios de ligação entre a série original e a nova geração de Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) e de toda a The Next Generation. Não é uma saída com bang!, mas é o há muito anunciado fim de uma era, que ainda será ressuscitada por um filme de crossover e um reboot/remake.

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Para o elenco de Star Trek, a fama estabeleceu-lhes um lugar único na história da televisão, mais do que propriamente na do cinema. William Shatner, o único do trio que ainda está no mundo dos vivos vai alimentando algum egocentrismo que lhe é característico com algumas das picardias irresponsáveis, mas agora mais amigáveis, entre Star Trek e Star Wars. Dentro da caixa que mudou o mundo fica, sem dúvida, o seu método de actuação único, centrado no overacting, e que ainda hoje nos lembra de momentos icónicos como aquele que já abordamos. Vou dizer outra vez, KHAAAAAN!!!!

Leonard Nimoy morreu em 2015, mas a lógica de Spock continua viva, no seu Live Long and Prosper, sendo uma das personagens mais icónicas e reconhecidas da história. DeForest Kelley, a outrora estrela de westerns, morreu em 1999, e mesmo que Bones viva na sombra do capitão e do segundo no comando, é impossível imaginar a Enterprise sem o seu sentido de humor. Do resto do grande elenco, George Takei, Walter Koenig e Nichelle Nichols caminham como gigantes entre nós e, por vezes, ainda aparecem em filmes de fãs reinterpretando as suas personagens. James Doohan, o eterno Montgomery “Scotty” morreu em 2005, mas o seu filho Chris Doohan está ao comando de uma série de fãs onde interpreta a personagem do pai. Mais um manifesto que Star Trek é intemporal e caminha de geração em geração.

Star Trek é uma visão para a futuro que, ainda hoje, deixa a sua marca, sendo um fenómeno de gerações e um estudo do futuro enquadrado com os problemas do nosso presente. A geração original marca uma era que no ecrã sobreviveu 25 anos, entre episódios e filmes, uns mais inspirados que outros. A passagem de testemunho continua, com uma série na calha e uma vida longa e próspera que vai, levemente, sendo reciclada pelas eras. Talvez o futuro a curto prazo idealizado pela série nunca se vá concretizar, nem as coisas positivas, nem negativas. Felizmente, nos anos 1990, Khan nunca apareceu. Quando à guerra nuclear em 2050, já estivemos mais longe, mas poderíamos tentar que o universo paralelo onde vive Star Trek não colida com o nosso. Boas viagens pelo espaço sideral e, brevemente, voltaremos a esta saga icónica para analisar as encarnações seguintes.

Boas leituras!