Discos do Ano 2015

Olá caro/a leitor/a! Deixe-me desde já desejar-lhe as boas festas, nesta época festiva de consumo desenfreado, mas também de passar tempo em família num registo festivo e calmo. E como estamos em Dezembro, poucos assuntos importam tanto como fazer um balanço do ano, que está a terminar. No caso da música houve muita qualidade, embora a meu ver com um pouco menos de quantidade relativamente ao ano passado. Alguns artistas tiveram um ano em grande com concerto atrás de concerto, outros com projectos novos e até um “estreante” captou a atenção da música, nomeadamente no que toca ao panorama português.

Faz este mês um ano que escrevo crónicas, inicialmente para o Magazine +Opinião, que depois mudou de nome para Ideias e Opiniões. Comecei precisamente com uma escolha dos discos do ano, os nacionais e os internacionais, mas desta vez dediquei-me apenas aos discos do ano nacionais. Espero que goste da minha escolha e convido-o/a desde já a deixar as suas escolhas nos comentários. Tal como no ano passado, as minhas escolhas não têm qualquer ordem específica, apenas nomeei aqueles que considero ser os melhores do ano.

Isso mesmo caro/a leitor/a, a minha crónica deste mês incide sobre o tema habitual, a escolha dos 10 melhores discos do ano de artistas portugueses. “Apenas os portugueses?” pergunta o/a caro/a leitor/a. Sim, apenas! Os internacionais ficarão a cargo do outro cronista de música do Ideias e Opiniões, por isso não se distraia e acompanhe diariamente o nosso site, até porque brevemente terá uma prenda nossa, no seu sapatinho.

Dengaz Para sempreDengaz – Para Sempre

Dengaz traz-nos algo novo com este álbum. Continua com as suas rimas e com o seu estilo, mas há algo que muda. Esse algo é a sua sonoridade. A meu ver está diferente, algo mais maduro, com as letras mais maduras, mas ainda a falar de algo que é próximo de todos. Embora o disco contenha músicas que já conhecíamos, como “Rainha”, “Tamojuntos” ou o “Em Casa”, o disco está muito bom! É uma daquelas escolhas óbvias para integrar os melhores discos do ano, pela qualidade que apresenta. Destaco as músicas “Dizer Que Não”, que conta com uma excelente interpretação de Matay, “Nada Errado”, “ILWY”.

diogo_picarra_Espelho

Diogo Piçarra – Espelho

Diogo Piçarra é provavelmente dos vencedores do programa Ídolos, que melhor soube gerir a sua carreira após o programa. Prova disso é que lançou apenas o primeiro disco, três anos após ter ganho o concurso. Este álbum está completo, tem excelentes músicas, com refrões que ficam na cabeça de todos. É impossível não reparar na voz brilhante do algarvio e notar que há uma evolução. Este é um álbum assumidamente pop, mas uma pop que dá gosto de ouvir. Destaco as músicas “Café Curto”, “Tu e Eu”, “Verdadeiro” e “Longe”.

david_fonseca_futuro_euDavid Fonseca – Futuro Eu

Este é o primeiro disco totalmente em português de David Fonseca, porém, a qualidade dos seus trabalhos em inglês está presente neste álbum. É mais uma vez um projecto de David Fonseca que me faz admirar a qualidade deste artista. Com a música “Chama-me que Eu Vou” faz-nos começar logo a antever que este é um disco cheio de energia, com o qual se pode dançar. A sonoridade é a de sempre, a característica música onde se percebe que é o artista de Leiria, do lado de lá a cantar e a tocar. Destaco as músicas “Deixa Ser”, num dueto com Márcia, “Hoje Eu Não Sou”, “Funeral”.

carlao_quarentaCarlão – Quarenta

Carlão é um nome que já nem precisa de apresentação, faz parte da história da música portuguesa. Com Quarenta, o primeiro disco realmente a solo, depois de várias paragens por outros projectos, mostra-se a todos com a sua música crua, reflexo do próprio. “Quarenta” mostra coisas novas, em músicas como “Os Tais”, “Topo do Mundo” ou “Colarinho Branco”, quer seja pela sua sonoridade, quer seja por uma maneira diferente de interpretar. Para além destas músicas destaco “Blá Blá Blá” e “Kriola”, ambas com a colaboração de Sara Tavares. E ainda “Nuvens”.

dj_ride_from_scratchDJ Ride – From Scratch
“Ah é um álbum de DJ é só música electrónica, nem letras de canções deve ter”. Se esta é a sua perspectiva deste álbum, não podia estar mais errado. DJ Ride, um dos melhores DJs do nosso país, trouxe-nos com From Scratch, um disco recheado de colaborações bastante boas e que embelezam o seu trabalho. Contar com Capicua, Dengaz, HMB, Jimmy P, NBC, Valete e Stereossauro num disco só, não está ao nível de todos, sobretudo saber aproveitar cada um destes nomes e dos outros não mencionados. Sem dúvida um dos discos do ano e que pode ser ouvido em qualquer altura! Destaco as músicas “Big Bang”, “Ciúmes” e “Baddis”.

best_youthBest Youth – Highway Moon

Sem dúvida um álbum que merece este lugar entre os melhores discos do ano! Com uma música melódica, mas que fica no ouvido pela sua batida e sonoridade específica, os Best Youth mostram a sua qualidade e o porquê de estarem nos melhores do ano para várias publicações que não apenas o Ideias e Opiniões. O primeiro disco desta banda portuense mostra que o futuro é risonho! A diversidade presente nas canções, umas mais mexidas, outras mais melancólicas/dramáticas dão ao disco uma profundidade importante para o ouvinte se envolver Destaco as músicas “Mirror Ball”, “Maybe We Can Still Be Friends”, “When All Lights are Down” e “Ride”.

moullinex_elsewhereMoullinex – Elsewhere

Este é um álbum com muita energia, que logo de início nos põe a dançar e a abanar o corpo devido à sonoridade contagiante e melódica das suas músicas. O/A caro/a leitor vai ver que vai sentir uma grande vontade de dançar e de cantarolar as canções! Ao longo do disco a energia é constante, quase como se estivéssemos numa pista de dança apenas com este disco. Destaco as músicas “Take a Chance”, “Things We Do”, “Elsewhere, Anxiety”, são simplesmente as minhas favoritas! Fenomenal!

branko_atlasBranko – Atlas

O conceito do álbum é exprimir a sonoridade de diferentes locais do Mundo. É a isso que se propôs Branko e é precisamente isso que nos dá. Prova disso mesmo são a diferença que se nota de uma música para outra, como se fosse um álbum diferente, muito embora tendo a marca de Branko, sempre presente. É isso que faz de “Atlas” um disco diferente e interessante. Para mim a escolha como um dos melhores discos do ano é clara. Destaco as músicas “Let Me Go”, “Eventually” e “On Top”.

richie_campbell_in_the_876Richie Campbell – In the 876

Richie Campbell é por norma sinónimo de qualidade. O In the 876 é mais uma vez a prova disso mesmo. Músicas mexidas com o toque de reggae, que é obrigatório, a deixarem-nos todos a mexer-nos e deixar-nos levar pelo som contagiante. Um álbum com boas colaborações, boa música e que nos deixa bem dispostos. Destaco as músicas “I Feel Amazing”, “Best Friend”, “Get Over You” e “Knock Me Out”, que conta com a belíssima voz de Sara Tavares.

capicua_medusa

Capicua – Medusa

“Medusa” é um álbum de Capicua que nos dá roupagens novas de algumas músicas já lançadas por si e algumas coisas novas. Cada música é diferente da outra e mostra uma grande versatilidade de Capicua. Este é sem dúvida um dos discos do ano, provavelmente o melhor que Capicua já fez, arrisco-me a dizer. Sinto que em cada música está exposta as várias facetas da artista. Os remixes e as colaborações que estão presentes no álbum abrilhantam ainda mais este disco que sem eles, se calhar não era tão bom. Destaco as músicas “Lupa”, “Amigos Imaginários”, “Soldadinho” e “Maria Capaz”.

Sugestão do Mês

Este mês e já que o destaque é para os artistas nacionais, sugiro uma música de um artista, que já anda nisto da música há uns largos anos. Esse artista é o grande Rui Veloso e a música que destaco dele é uma menos habitual das que passam na rádio. Espero que goste!

https://www.youtube.com/watch?v=n6fNXn1tKr4

Até para o mês que vem!
E até lá, cante e dance, ao som das suas músicas preferidas.