Os One Hit Wonders

Olá caro/a leitor/a. Pronto para mais uma crónica de música? É claro que está, caso contrário não estaria aqui. Bom neste mês de Agosto trago-lhe mais um fenómeno no mundo da Música. Mas se em Junho lhe trouxe um fenómeno que talvez não conhecesse, este fenómeno que trago agora é do conhecimento de toda a gente, ou quase toda a gente. Curioso/a para saber o que é? Este mês trago-lhe os One Hit Wonders. Ah vê como conhece! Pois é, este fenómeno é algo que no mundo da música acontece bastantes vezes. E se há bandas que agradecemos que tenham tido apenas um êxito, há outras que gostávamos que tivessem tido mais sucesso. Não concorda comigo, caro/a leitor/a?

Ao longo da história da música houve bandas cujas músicas tiveram imenso sucesso, mas que por algum motivo não foram além de um êxito. Para os americanos, a definição deste fenómeno simplifica-se. Os One Hit Wonders são definidos como aquelas músicas ou artistas que apenas conseguiram uma vez estar no Top 40 da Revista Billboard. O/A caro/a leitor/a não acha esta definição muito redutora? É que para mim é bastante redutor! E sobretudo porque há imensos casos de one hit wonders que podem nem ter chegado a esse Top.

Mas dentro deste fenómeno musical que são os one hit wonders podemos criar as várias categorias, desde logo separando por década, mas também se pode separar por género musical ou por bandas ou artistas individuais. Seja qual for a categoria, uma coisa é certa, a maioria das músicas são conhecidas da grande maioria das pessoas que gostam de música. Podem não saber nem quem canta, nem como se chama a canção, mas quando chega o refrão ou quando começa a música, a letra vem sempre à memória para cantar.

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Tradução: “Não sei se a banda é uma one hit wonder ou se eu apenas conheço a sua música mais popular”

Se eu lhe falar em Funkytown, o/a caro/a leitor/a lembra-se da música? Ah pois, este é dos meus one hit wonders favoritos, sobretudo devido aos agudos. Esta música é da autoria dos Lipps Inc e data de 1979. É daquelas músicas que me põem logo a bater o pezinho e a pôr a minha “belíssima” voz a trabalhar. Mas se eu lhe falar em Video Killed the Radio Star? Claro que este já conhece e ainda sem sequer eu dizer-lhe que este êxito data igualmente do ano de 1979 e é o maior êxito dos Buggles.

Vá lá caro/a leitor/a, toca a afinar essas cordas vocais e cantemos em uníssono, “Video killed the radio star, In my mind and in my car, we can’t rewind we’ve gone to far, Pictures came and broke your heart, put down the blame on VCR”. É ou não é maravilhoso recordar estas músicas? Lembra-se de uma música chamada Mmmbop? Não? Então e seu lhe der um bocadinho da letra? “Mmmbop, ba duba dop, Ba du bop, ba duba dop”. Continua sem se lhe dizer nada? Pois esta é daquelas músicas lendárias que se limita a fazer barulhos com a boca, e os seus criadores foram os Hanson em 1997. Tenho a certeza que agora o/a caro/a leitor vai a correr ao YouTube procurar esta música.

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Agora segure-se bem, porque eu vou pegar em material sagrado dos One Hit Wonders. “Então o Video Killed the Radio Star não é sagrado?”, claro que é, mas há outros que só de falar neles é preciso um certo respeito, afinar as cordas vocais e tudo o mais. Vamos a isso! Lembra-se dos Culture Club? E do Kharma Chameleon? Pois claro, já deve estar desse lado a cantar o êxito de 1983 desta banda britânica de Boy George.

“It’s more than a feeling (more than a feeling), when I hear that old song they used to play”. Lembra-se desta música? Pois claro que se lembra. É a More Than a Feeling de 1976 dos Boston e é maravilhosa.  E o/a caro/a leitor/a conhece a Eileen? Não? Aquela dos Dexys Midnight Runners! Não sabe do que estou a falar? Bom, então vamos já resolver isso. “(Come on Eileen) oh i swear (well he means), At this moment, you mean everything”. E agora já sabe? Pois é os Dexys andavam a dizer à Eileen para ir com eles a algum lado daí o nome, Come on Eileen. Mas continuemos nestes One Hit Wonders sagrados com os Journey e o seu Don’t Stop Believing. Nesta música nem tenho de dizer mais nada para o/a caro/a leitor/a começar logo a cantar.

E será que se eu lhe falar nos Haddaway e no seu êxito What is Love, o/a caro/a leitor/a identifica a música? Não? Bom, é para isso mesmo que eu cá estou. “What is love, Oh, baby, don’t hurt me, Don’t hurt me no more” é o início desta música que faz furor na internet. Mas há mais uns quantos, por exemplo, o Chariots of Fire dos Vangelis. Embora seja só instrumental é uma música muito utilizada, quando pensamos ou quando vemos as coisas em câmara lenta. Outro exemplo é o Don’t Worry Be Happy, “Ah pára tudo, enganaste-te aqui, essa música não é um One Hit Wonder, porque é do Bob Marley”, por acaso até podia ser, contudo é da autoria de Bobby McFerrin. Mas seja de quem for, é uma excelente música para animar.

Outras duas músicas lendárias são: Take on Me dos A-ha ou Africa dos Toto. Se a a primeira lhe diz alguma coisa, talvez a segunda seja mais desconhecida, porém já figurou em filmes e séries. Mas lembra-se do Scatman John com a sua música The Scatman. Se isto não lhe diz nada, talvez com um pouco da letra o/a ajude, “I’m the Scatman, Ski bi di bi di do bap do bap, Do ba do bap”. Com certeza que se deve lembrar do The Final Countdown dos Europe, pois claro. Esta é daquelas músicas sagradas que toda a gente tem de conhecer. Assim como Maniac de Michael Sembello, que até fez parte do filme Flashdance ou o Walking on Sunshine de Katrina and the Waves.

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Depois destas músicas sagradas, existem aquelas músicas mais modernas, ou seja, dos anos 90 para a frente. Por exemplo, lembra-se de uma música que começava assim “Yo listen up here’s a story, About a little guy that lives in a blue world, And all day and all night, And everything he sees is just blue, …”, não? É a Blue (Da Ba Dee) dos Eifeel 65, que ainda é um êxito nas festas temáticas dos anos 90 e 2000. Depois há aquela música bem conhecida, que inclusivamente fez parte da banda sonora do Coyote Bar, chamada Unbelievable dos EMF.

E se eu lhe falar numa música que foi nomeada para melhor música nos MTV Europe Music Awards em 2001 chamada Butterfly, isso diz-lhe alguma coisa? Não? Então deixe-me avivar-lhe a memória. “Come my lady, Come come my lady, you’re my butterfly, Sugar baby”. Se calhar com este bocadinho da letra já se lembra da música. Uma outra música mais desconhecida que as referidas acima é a Two Princes dos Spin Doctors, embora se destaque mais pela sua parte instrumental, do que pela letra, é um one hit wonder. Depois há outras mais recentes, como a Bad Day de Daniel Powter ou The Reason dos Hoobastank, embora a segunda tenha sido um sucesso maior no videojogo Singstar, mais do que propriamente fora dele. Também recente é o êxito de Natalia Imbruglia (um nome que dá para tantas piadas) de 1997, Torn ou A Thousand Miles de Vanessa Carlton, que chegou a estar nomeada para os Grammys.

Há outras músicas não tão recentes, mas que são talvez dos maiores êxitos neste fenómeno que são os One Hit Wonders. Não acredita? Então e se eu lhe disser que ainda não tinha referido músicas como, por exemplo, a Lambada dos Kaoma ou a I’m too Sexy de Right Said Fred, ou até a Macarena dos Los del Rio. Vê como afinal ainda faltavam alguns êxitos e músicas importantes? Depois há outras não tão grandes como Susanna dos The Art Company, ou Stop de Sam Brown, ou ainda Sugar Sugar dos The Archies. De referir ainda o Kung Fu Fighting de Carl Douglas ou um êxito dos Nokia 3310, Big Big World de Emilia. Mas os meus one hit wonders preferidos são o What’s Going On? das 4 Non Blondes e o Nowhere Fast dos Fire Inc.

“E one hit wonders portugueses?” pergunta o/a caro/a leitor/a. Ora quanto às músicas portuguesas, devo confessar que me foi complicado lembrar de algumas que fossem one hit wonders. Mas lá consegui arranjar algumas músicas como o Patchouly dos Grupo de Baile, que também foi referenciada na crónica dos Mondegreens. E lembra-se do Gomo com o seu Feeling Alive. E se eu lhe lembrar dos Adiafa e as suas Meninas da Ribeira do Sado? Ou um sucesso de Vítor Espadinha chamado Recordar é Viver. Também Lara Li teve um one hit wonder com a sua Telepatia. Por fim, uma música bastante conhecida, como é o caso de O Bicho de Iran Costa.

Mas há várias músicas portuguesas que podem até ser consideradas one hit wonders, sobretudo as músicas dos festivais da canção.

E o/a caro/a leitor/a lembra-se de mais algum one hit wonder famoso?

Sugestão do Mês

Ora mais uma vez, a minha sugestão do mês está ligada ao tema da crónica. A música que eu escolhi é um êxito do ano de 1989, que está ligada a filmes e séries, mas também a videojogos. Actualmente, pode ouvi-la no anúncio da Carlsberg. Estou a falar é claro de Pump Up the Jam dos Technotronic, que foi inclusivamente alvo de uma brincadeira na Rádio Comercial por parte de Nuno Markl há alguns anos.

Até para o mês que vem!

E já sabe, até lá, cante, e dance, ao som das suas músicas preferidas.