Portugal – A Restauração da Independência

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Hoje é dia 1 de Dezembro, conhecido por Dia da Restauração. A Restauração da Independência é a designação dada ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640, chefiada por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina de castelhana, e que vem a culminar com a instauração da 4.ª Dinastia Portuguesa, a casa de Bragança, mais concretamente de D. João IV. Visto como um dia patriótico desde o tempo da monarquia constitucional e posteriormente em 1910 com a República Portuguesa.

Tudo começou em 1557-1558 quando D. Sebastião, um jovem Rei quis conquistar o Norte de África na sua luta contra os mouros. Assim sendo, na batalha de Alcácer Quibir no Norte de África, os portugueses foram derrotados e o Rei desapareceu. Apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique entre os anos de 1578-1580, deu origem a uma crise dinástica. Consequentemente, nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha é aclamado Rei de Portugal. Durante seis décadas Portugal partilhou o Rei com Espanha, que se designou por domínio filipino.

 

Com o primeiro dos Filipes, I de Portugal e II de Espanha, não foi atingida de forma grave a autonomia política e administrativa do Reino de Portugal. Com Filipe III de Espanha e II de Portugal, porém, começa algum desrespeito ao juramento de Filipe II em Tomar. Em 1610, surgiu um primeiro sinal de revolta portuguesa contra o centralismo castelhano, na recusa dos regimentos de Lisboa a obedecer ao marquês San-Germano que de Madrid, foi enviado para comandar um exército português. Assim no início do reinado de Filipe III de Portugal, IV de Espanha, ao estabelecer-se em Madrid uma política centralista, pensada pelo Conde-duque de Olivares e cujo projecto visava a anulação da autonomia portuguesa, absorvendo por completo o reino de Portugal.

A nobreza portuguesa, uma forte opositora desta monarquia, começa a contestá-la a partir da figura do Prior de Castro, que não pode ser um sucessor do trono por ser um filho bastardo.

Aumentando a insatisfação com a Dinastia Filipina, alguns homens da nobreza de Portugal liderados por Dr. João Pinto Ribeiro, D. Miguel de Almeida e D. Antão de Almada, começam a conspirar contra Filipe III de Portugal no ano de 1640. Este grupo foi responsável pela morte de Miguel de Vasconcelos, que era Secretário de Estado, e pelo prisão da prima do rei Filipe III, a Duquesa de Mântua, a quem tinha confiado o governo português. A Espanha encontrava-se envolvida na Guerra dos 30 Anos, na qual tentava acabar com a revolta de Catalunha. Começou assim, o início da Guerra da Restauração.

Com a proclamação da independência, D. João IV tornou-se o novo Rei de Portugal, tendo feito juramento nas Cortes de Lisboa. Preocupando-se desde logo em consolidar a autonomia alcançada. D. João IV precisava de reconhecimento internacional como Rei de Portugal, O Rei mandou embaixadores por todo o continente europeu com o intuito de angariar apoio de outras monarquias.

Como a Espanha não reagiu de imediato com ataques militares para conseguir a plena soberania sobre o território. D. João IV conseguiu organizar as forças para proteger o território português. Após o fim da Guerra dos 30 Anos, a Espanha organizou alguns ataques esporádicos contra Portugal, que foram facilmente defendidos. No ano de 1663 quando no trono de Portugal já estava D. Afonso VI. É que a Espanha conseguiu conquistar dois territórios, a praça de Alcácer do Sal e de Évora e juntamente com a Batalha de Montes Claros, a Batalha de Castelo Rodrigo e a Batalha do Ameixal, Portugal conseguiu reconquistar os territórios perdidos e alcançado a soberania definitiva.